Exatamente às 19h desta terça-feira, as despesas assistenciais da saúde suplementar no Brasil, em 2016, atingirão a marca de R$ 50 bilhões. É o que aponta o Custômetro dos Planos de Saúde da Abramge – Associação Brasileira de Planos de Saúde, que mensura a quantidade de recursos gastos pelas operadoras de planos de saúde médico-hospitalares na prevenção e cuidado à saúde de seus beneficiários.
Trata-se da maior cifra já gasta nos primeiros cinco meses de um ano pelas operadoras, mesmo com a perda de 953 mil beneficiários no ano passado – atualmente 48,8 milhões possuem planos de saúde médico-hospitalares.
Segundo levantamento da Abramge com base em informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), desses R$ 50 bilhões, 44,8% foram gastos com internações, 32,6% com consultas, 17,1% com exames complementares e 5,5% com terapias. Nos doze meses de 2015, as despesas assistenciais alcançaram R$ 119,3 bilhões, o que equivale a uma gasto médio de R$ 2.390 para cada beneficiário de plano de saúde. No mesmo período, o ticket médio ou mensalidade média foi de R$ 235.
— O grande desafio da saúde suplementar é reduzir os gastos com fraudes e desperdícios do setor. Além disso, é preciso encontrar um equilíbrio entre o incessante aumento dos custos e a finita receita dos planos de saúde — afirma Pedro Ramos, diretor da Abramge.
Em 2015, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar – IESS, a Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) foi de 19,3%, índice mais elevado desde o início da série histórica. Parte disso deu-se devido ao comportamento inflacionário que se alastrou no país.
Um exemplo disso foi o aumento nos preços administrados, em especial aos reajustes de energia elétrica que afeta diretamente os gastos das unidades hospitalares, clínicas e laboratórios. Houve uma variação de 198,9% se comparado ao ano anterior. O índice de inflação passou de 17,1% para 51,0%.
Outros exemplos são a hospitalização e cirurgia, que passou de 7,0% em 2014 para 10,4% em 2015, registrando aumento de 49,0%, e o câmbio do dólar, que passou de R$ 2,4 para R$ 3,3, registrando alta de 41,6%, lembrando que muitas das tecnologias e manutenção dos aparelhos do setor de saúde são atreladas à moeda americana.