Neste ano, 788 mil pessoas perderam convênio
17/06/2016

Cerca de 788 mil pessoas perderam o plano de saúde nos primeiros cinco meses deste ano, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que calcula 48,6 milhões de usuários em maio. No ano passado, pouco mais de 1 milhão de pessoas ficaram sem convênio médico, principalmente devido ao aumento na taxa de desemprego.

Em maio, a maior queda foi nos convênios individuais, segmento que vinha caindo menos em relação aos planos empresariais. “Com o reajuste autorizado pela ANS, o maior já aprovado até hoje, muito acima do reajuste da remuneração dos consumidores, a tendência é que mais usuários não consigam manter o plano de saúde”, disse Rodrigo Araújo, advogado especializado em saúde do escritório ACJ Advogados. A ANS determinou um reajuste de até 13,75% nos planos individuais em 2016.

Segundo a Abramge, associação das operadoras de planos de saúde, cerca 3 milhões de pessoas podem perder o convênio médico no período de 2015 e 2016. Esse volume é elevado porque muitas empresas mantêm o benefício entre seis meses a dois anos após a demissão do funcionário. E como a onda de demissões intensificou-se em 2015 é esperada uma redução significativa no setor neste ano.

Em relação aos planos empresariais – que representam 66% do setor e o reajuste de preço não é regulado pela ANS -, as operadoras e seguradoras de saúde estão pleiteando um aumento médio de 18% a 20%, segundo dados da AON, consultoria especializada em saúde. Vale destacar que o percentual de reajuste varia conforme a taxa de sinistralidade do ano anterior. Quando esse indicador é superior a 75% – ou seja, quando os usuários gastam mais do que esse percentual da receita – o reajuste pode ultrapassar a média pedida pelas operadoras. A regra vale na mesma proporção quando o gasto é inferior aos 75% – esse número é considerado o ponto de equilíbrio. Em maio deste ano, a sinistralidade média do setor foi de 81,9%.

O número de usuários dos cinco maiores planos de saúde – Bradesco, Amil, Hapvida, SulAmérica e Notre Dame Intermédica – cresceu menos de 1% entre maio e abril. Essas cinco operadoras representam 27% do setor em número de usuários e 35% em receita. No primeiro trimestre, a receita do setor somou R$ 37,2 bilhões.

Em maio, o destaque foi a operadora São Francisco Saúde, fundada do interior de São Paulo, que cresceu 16,2% no volume de usuários entre maio e abril deste ano. A operadora tem 455,6 mil clientes e atua com o público intermediário. Uma das teses da São Francisco Saúde é que em cenários de crise econômica as empresas migram para um convênio médico mais barato.

Fonte: Abramge




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