O BNDES deverá mudar sua estratégia de estímulo à produção nacional de medicamentos biológicos e planeja focar seus investimentos em empresas de menor porte.
Para isso, estuda criar um novo fundo de investimentos, voltado apenas a projetos de saúde, afirma o chefe de departamento do setor no BNDES, João Paulo Pieroni.
Hoje, o banco detém 25% do BBI Financial, de cerca de R$ 200 milhões, que investe em empresas inovadoras da área. "Mas ele está em sua fase final, e há uma discussão interna para criar um novo fundo", diz Pieroni.
Nos últimos três anos, o BNDES e a Finep (agência de fomento à inovação) liberaram R$ 650 milhões para a construção de três fábricas de medicamentos biológicos, das farmacêuticas Libbs, Orygen e Bionovis.
"Não deverá haver novos financiamentos de plantas industriais no curto prazo, até porque esses centros já vão atender o mercado interno e ter sobras para exportação."
O foco será em projetos de pesquisa e desenvolvimento, que têm risco mais alto, mas requerem valores menores.
O incentivo à produção nacional de biotecnologia deve ter um grande impacto nas finanças públicas, por ser um mercado em forte expansão, cujos produtos têm um alto valor agregado.
Hoje, praticamente toda a linha é importada. Eles representam 51% dos gastos do Ministério da Saúde com a compra de remédios, embora, em volume, correspondam a apenas 4% das unidades.