O Hospital Beth Israel – pertencente ao conceituado Sistema de Saúde Mount Sinai –, que tem 825 leitos em Manhattan, Nova York, vai ser reformulado, afirma o jornal The New York Times. O atual estabelecimento será substituído por um edifício muito menor.
No Brasil, especialistas costumam defender que os hospitais só conseguem ter equilíbrio financeiro se possuem no minimo entre 130 a 150 leitos. Menos que isto, somente seria viável se for um prestador que atua em um nicho de mercado – especializado em alguma área médica ou situado em uma localização estratégica.
Por outro lado, nos EUA, o conceituado Beth Israel vai retornar como uma unidade de 70 leitos. A transformação do hospital vai acontecer gradualmente ao longo dos próximos quatro anos. Durante esse tempo, o Beth Israel permanecerá aberto, com seus serviços ininterruptos.
“Grande parte da infra-estrutura do Beth Israel existente está envelhecendo e incapaz de satisfazer as necessidades do cenário moderno da saúde”, diz um comunicado emitido pelo hospital. “Em média, menos de 60% dos leitos do hospital estão ocupados e o volume de pacientes tem gerado dificuldades financeiras ao hospital”, acrescenta o comunicado. O problema vem se agravando desde 2012. A reformulação incluirá uma expansão do setor de ambulatórios, com mais de 35 salas cirúrgicas e de procedimentos, e 16 outros locais de prática médica que serão usados por mais de 600 médicos.
O processo de reformulação acrescenta o Beth Israel a uma lista de outros 19 hospitais de Nova Iorque que fecharam as portas ou foram reformados desde o ano 2000. A decisão também reflete tendências mais amplas, em um momento em que hospitais americanos enfrentam uma situação financeira delicada.
Dr. Kenneth L. Davis, presidente e executivo-chefe do Sistema de Saúde Mount Sinai, afirmou que, na sua essência, os custos do atendimento estavam muito elevados. Segundo ele, o Beth Israel poderia gerar déficit de US$ 2 bilhões nos próximos 10 anos apenas com os estruturas de reembolso. No ano passado, o hospital teve um prejuízo operacional de US$ 115 milhões.
O executivo considera que grandes hospitais do passado já não são mais estruturas eficientes para a prestação de cuidados, em parte devido aos avanços médicos. “Há pouco tempo, a cirurgia de substituição do joelho, por exemplo, exigiria uma longa permanência no hospital. Um paciente submetido a um procedimento destes agora, muitas vezes pode ir para casa no mesmo dia”, analisa a reportagem do The New York Times.