A Abramge homenageia à todos os profissionais da Saúde que lutam diariamente para reduzir a mortalidade materna e que proporcionam conforto, segurança clínica e alegria nesse que é um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher, a gravidez e o parto. Dia 28 de Maio o Brasil comemora o Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna e a Abramge não poderia ficar de fora dessa grande e nobre homenagem.
Para essa comemoração, além dos esforços que a Abramge e suas empresas de Saúde associadas promovem todos os dias, vamos contar um pouco sobre o que é e o porquê dessa data pelas palavras do Dr. Dráuzio Varella, publicadas em seu site e que explicam melhor do que ninguém esse grave problema e ameaça à saúde e à vida das mulheres.
Fonte: Dr. Drauzio Varella (*)
Imagine que uma mulher grávida tenha uma possibilidade em 37 mil de morrer por complicações na gestação ou no parto. E que essa mesma mulher, caso more em um país pobre, passe a ter uma possibilidade em 160 de morrer. A diferença desmascara a ineficiência dos serviços de saúde que cuidam das gestantes nos lugares mais pobres do mundo e inspira uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos pela ONU (Organizações das Nações Unidas): diminuir a mortalidade materna — todo óbito causado por problemas relacionados à gravidez ou ao parto ou até 42 dias depois — em 75% até 2015.
Hoje, 28/5, é Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, e o Brasil vem alcançando bons resultados nessa área. Os últimos dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que país reduziu o índice de mortes em 43% entre 1990 e 2013. Isso significa que, nesse período, a taxa de mortalidade caiu de 120 mães por 100 mil nascidos vivos para 69 mães por 100 mil nascidos vivos. A taxa considerada aceitável pela OMS é de 20 por 100 mil. Mesmo assim, o Brasil tem como meta chegar a 35 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos até 2015, de acordo com o que foi estabelecido como meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Ou seja, ainda há muito trabalho a ser feito por aqui.
Os oito Objetivos do Milênio estabelecidos pela ONU são: acabar com a fome e a miséria; oferecer educação básica de qualidade para todos; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a aids, a malária e outras doenças; garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; e estabelecer parcerias para o desenvolvimento. Desses objetivos, cumprimos dois: redução da mortalidade infantil e redução da miséria e da fome.
Causas de morte materna
No mundo, doenças como diabetes, aids, malária e obesidade são responsáveis por 28% das mortes maternas. O que assusta é que essas doenças são facilmente detectadas em exames pré-natais. Entre as disfunções maternas que causaram mortes maternas em 115 países, os casos se distribuem da seguinte forma:
– hemorragia grave: 27%;
– hipertensão na gestação: 14%;
– infecções: 11%;
– parto obstruído e outras causas diretas: 9%;
– complicações de abortos: 8%;
– coágulos sanguíneos: 3%.
Cesáreas
Segundo o Relatório Nacional de Acompanhamento, a alta realização de cesáreas no país contribui para que tenhamos índices ainda elevados de mortalidade materna. Segundo esse estudo, ” um dos fatores que dificultam a redução da mortalidade materna é o elevado número de partos cesáreos. A porcentagem de cesáreas tem se mantido em patamares muito altos e com tendência de crescimento em todas as regiões [do Brasil]”.
Em 2011, cerca de 54% dos partos realizados foram cesarianas. A recomendação da OMS é de que o total não ultrapasse 15%. Ainda de acordo com o estudo, “mulheres submetidas a cesáreas correm 3,5 vezes mais risco de morrer (dados de 1992-2010) e têm cinco vezes mais risco de contrair uma infecção puerperal (dados de 2000-2011); sem contar a maior probabilidade de ocorrência de partos prematuros”.
(*) Drauzio Varella (São Paulo, 3 de maio de 1943) é um médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, formado pela Universidade de São Paulo, na qual foi aprovado em 2° lugar, conhecido por popularizar a medicina em seu país, através de programas de rádio e TV. Foi também um dos fundadores da Universidade Paulista e da Rede Objetivo, onde lecionou física e química durante muitos anos.