A Fehoesp (Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) entregou uma lista de sugestões de medidas para diminuir gastos no setor da saúde para o novo ministro, Ricardo Barros (PP).
O ministro da saúde participou de evento e se reuniu com representantes do setor nesta quinta-feira (19) em São Paulo.
"Nós entregamos um protocolo de intenções, dizendo que existem muitas ações para diminuir o custo da saúde, exatamente vai de encontro ao discurso dele, sem diminuir a qualidade assistencial. Ao contrário, nós precisamos aumentar a qualidade assistencial", disse o presidente da Fehoesp, o médico Yussif Ali Mere Jr.
A entidade defende os interesses do setor empresarial privado da saúde. Ali Mere afirmou que é possível mudar portarias para gerar maior economia. Ele mencionou o caso de uma agulha retrátil, que, segundo o médico, aumentaria a segurança dos profissionais de saúde, mas teria um custo muito alto.
"Existe uma inovação que, assim que você acaba de aplicar a injeção, vem uma capinha e cobre aquilo lá, inibindo acidentes de trabalho. Essa agulha custa muito mais do que a normal. Nós não temos tantos problemas de acidentes de trabalho para, em um momento de crise como esse, exigir essa seringa para todo lugar", afirmou.
De acordo com Ali Mere, essa obrigação de usar a seringa retrátil é uma portaria da Anvisa, que afeta o serviço público e privado de saúde. Outra reivindicação da federação é que o governo não aumente impostos cobrados das empresas da área.
"A proposta do governo anterior, que está no Congresso, com relação a PIS e Cofins, vai gerar um aumento para o setor de saúde especificamente. Se passar o projeto, vamos ter um aumento de PIS e Cofins da ordem de 30%. Eu sei que a situação está difícil, nós não podemos pedir mais verbas, mas nós podemos pedir para não aumentar impostos na saúde nesse momento"
SUS
No evento, o ministro disse que o SUS é um direito universal dos brasileiros.
"É aqui [feira Hospitalar] que se reúnem todas as tecnologias, procedimentos, novas técnicas e equipamentos. É isso que nós precisamos para gerir melhor o SUS. Nós queremos gastar melhor cada centavo que é utilizado no SUS, que é um direito universal dos brasileiros e que nós queremos executar com o máximo de qualidade", afirmou.
Perguntado sobre declarações anteriores sobre o tamanho do sistema público de saúde, o ministro disse que essa é uma "polêmica desnecessária".
"Eu não falei sobre o tamanho do SUS, eu falei sobre previdência. Quem leu a entrevista sabe perfeitamente disso. A manchete nada tem a ver com o que está dito na entrevista. Isso é uma polêmica desnecessária. O SUS é um direito dos cidadãos e garantia absoluta".