Pesquisadores do Sistema Nacional de Saúde Infantil (Children’s National Health System) de Washington (EUA) e da Universidade Johns Hopkins (Johns Hopkins University) estão testando um novo robô cirurgião. A perspectiva é que a tecnologia poderá, em breve, ser usada em serviços diários.
O STAR (sigla para Smart Tissue Autonomous Robot, ou Robô Autônomo de Tecido Inteligente, em tradução livre) inclui imagem fluorescente e uma câmera de campo luminoso (captura a direção, a cor e o brilho dos raios de luz dentro do quadro de exposição, permitindo analisar as imagens a partir de diferentes perspectivas, pontos focais e dimensões. Assim a câmara consegue perceber onde está cada elemento e a distância entre eles, o que possibilita “refocar” a imagem, depois de ter sido captada) que fornece a captura e imagens 3D, para além do local da sutura.
Algoritmos especiais foram modelados em técnicas reais que os cirurgiões humanos empregam, para criar um plano de execução e um conjunto de movimentos mecânicos para trabalhar com tecidos moles. O estudo, publicado no periódico Science Translational Medicine, mostrou que em testes de laboratório, em suínos vivos (os animais sobreviveram sem complicações), o robô foi “superior à cirurgia realizada por cirurgiões experientes”.
À primeira vista, não parece ser uma ferramenta “delicada”, mas é capaz de executar movimentos precisos como se fosse o melhor cirurgião do mundo. Com o robô, cientistas esperam que procedimentos complexos tenham riscos mínimos para os pacientes. “Trata-se da primeira máquina a executar, sozinha, uma intervenção médica”, diz a publicação.
A diferença do Star para outros robôs já utilizados na medicina, é que ele executa a intervenção de forma completamente autônoma (os médicos não encostam no paciente). Por exemplo, um médico realiza o pré-programa no software, o tamanho da incisão e a distância entre as suturas, e a máquina faz todo o restante.
Um dos desafios para a cirurgia robótica autônoma é que os tecidos moles (coração, intestino, estômago, entre outros) são maleáveis. As sofisticadas ferramentas cirúrgicas e de imagem que integram o sistema permitem que o médico fique ao lado do robô, auxiliando na manipulação dos tecidos e adaptando os movimentos à medida em que o órgão se deforma.
Peter Kim, cirurgião pediátrico e um dos autores do trabalho, destacou em uma coletiva de imprensa que “para os pacientes, os benefícios de ter uma máquina que traz mais segurança são óbvios. Para os cirurgiões, ter uma ferramenta que trabalhe conosco, garantindo resultados melhores, também é um enorme benefício. Por fim, para o sistema de saúde público, quando há um equipamento que permite reduzir custos e complicações, é claro que isso será benéfico”.