Fonte: Diário do Grande ABC – 11/05/2016
Por Marina Teodoro
Apesar da crise instaurada no País, o setor de serviços privados de saúde, que inclui hospitais, clinicas e laboratórios, vem crescendo nos últimos anos. De 2011 para 2015, o faturamento aumentou em 47,04%, em termos nominais, ou seja, sem descontar a inflação do período.
Esses dados foram divulgados ontem, a partir de estudo realizado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) a pedido da Fehoesp (Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo).
“Apesar da expansão do setor, não fossem as altas cargas tributárias pagas ao governo, a alta seria ainda mais expressiva”, afirma o presidente da Fehoesp, Yussif Ali Mére Júnior. Só no ano passado, o ramo privado precisou pagar R$ 20,7 bilhões em impostos para os cofres públicos federais. O montante faturado em 2015 atingiu R$ 161,9 bilhões.
“O crescimento do faturamento só perdeu para a inflação em 2015, quando recolheu mais tributos do que os últimos anos”, declara o coordenador de estudos do IBPT e advogado tributarista Gilberto Luiz do Amaral.
Para ele, esse comportamento se deve à intensificação da turbulência na economia durante o ano passado. “Nos anos anteriores houve um aumento de empregados no País, o que possibilitou a expansão dos planos de saúde, entretanto, em 2015 esse cenário se reverteu, com o faturamento crescendo abaixo da inflação, devido à alta do desemprego”, contextualiza Amaral.
Comparado a 2014, há um ano a arrecadação de tributos federais no setor apresentou queda de 2,7% por conta da baixa atividade econômica. No entanto, de 2011 para cá esse percentual se elevou em 54%, gradativamente.
Em 2015, a carga tributária incidente nas empresas do ramo foi de 12,8%, isso se levar em consideração todas as entidades (as com fins lucrativos, as isentas e as filantrópicas), mas, ao destacar apenas as privadas, esse percentual vai para 18%. O que, na opinião do presidente da Fehoesp, trata-se de cobrança abusiva. “Uma carga excessiva para um setor prioritário como a saúde. Nós contribuímos muito e recebemos pouco de volta. Cerca de 39% de nossos impostos voltam para pagar contribuições previdenciárias”, contesta Mére Júnior.