O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reprovou ontem o negócio em que a Unimed adquiriu o controle do Hospital Regional de Franca (SP) e do seu plano de saúde, o Regional Saúde. A decisão desta quarta-feira foi unânime. Em outras sessões, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista e por adiamentos.
Em contrato assinado em maio do ano passado, a Unimed Franca comprou 79,41% das ações sociais com direito a voto do Hospital Regional de Franca. O valor do negócio não foi divulgado.
Em sessão anterior, o relator do caso, conselheiro Elvino Mendonça, havia votado pela reprovação da operação no setor de saúde de Franca, no interior de São Paulo. Esse foi o mesmo entendimento que teve a Superintendência-Geral do órgão antitruste ao analisar o caso. Depois disso, o presidente do Cade, Vinícius de Carvalho, pediu vista do processo.
Nesta quarta-feira, Carvalho então votou também pela reprovação do negócio. Ele disse ainda que tentou assinar um acordo com as empresas, mas sem sucesso opinou pela reprovação do caso.
O negócio deixou sob o mesmo controle os dois maiores da cidade - o Hospital Regional e o Hospital São Joaquim.
"A situação particular desses dois hospitais é a de que eles são integralmente verticalizados e tanto um quanto o outro tem a receita basicamente oriunda de planos de saúde", afirmou o conselheiro Marcos Paulo Veríssimo, em 30 de janeiro, quando o caso começou a ser julgado.
Quando pediu vista, em 30 de janeiro, o presidente do Cade afirmou o seguinte a respeito do caso: "Estamos diante de uma situação em que há o risco de a hipótese de aprovação gerar um malefício maior do que a não aprovação".
"Neste sentido", continuou o presidente do Cade, "eu concordo com a análise de Elvino [relator do caso que votou pela reprovação]". "Mas ainda que o risco seja muito alto e a gente vá por um caminho de reprovação, ainda há um espaço para tentarmos as saídas pelas quais a operação pode assumir outros contornos".
Ao retomar o julgamento nesta quarta-feira, o julgamento foi concluído e, por unanimidade, o órgão de defesa da concorrência reprovou a operação.
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