Como uma empresa se hardware se posiciona no mercado de softwares de saúde?
13/04/2016

A Lexmark, líder em solução por imagem e impressão, procurou em software um novo meio para trazer soluções em todos os tipos de processos organizacionais do seus clientes habituais. Com o mote de “cliente para a vida toda”, a empresa  resolveu ir na contramão do seu mercado principal: “como eu faço os meus cliente ser mais eficiente e imprimir menos?” Assim nasceu a divisão de software.

De acordo com Jurandir Silva, gerente de desenvolvimento de negócios da Lexmark, o segmento de saúde é prioritário para a empresa, pois possui uma grande quantidade de informação e de arquivos não estruturados, não só a parte de exames clínicos ou a documentação do paciente como também a parte legal do setor que também necessita de gerenciamento.

Trazendo tecnologia de fora, a Lexmark, convergiu esses sistemas e os transformou em soluções para o segmento que cada vez mais demanda inovação. “O papel limita a possibilidade de interação entre as informações, como um exame de raio-X que antigamente era impresso em um papel de sulfato de prata. Além de perigoso o manuseio, esse exame não poderia ser integrado a outras informações como é feito digitalmente por nós”.

Para entrar no segmento, a Lexmark adquiriu cinco outras companhias especializadas em atender as necessidades de um mercado que vem crescendo globalmente à taxas maiores que os outros. A partida foi dada em Junho de 2010, quando adquiriu a Perceptive, empresa norte-americana presente hoje em muitos hospitais fazendo gestão de prontuário eletrônico de paciente.

A Perceptive tem sua matriz no Kansas, nos Estados Unidos, e além de gerenciar os PACs, lida com a parte administrativa dos hospitais: faz toda a parte de agendamento, autorização, admissão, atendimento, prontuário, conta médica.

Em 2013 foi comprada a Acuo Tech, empresa responsável pelo VNA, sigla para Vendor Neutral Archive, uma evolução do PACs. Gerencia imagens e outros conteúdos do paciente além da área da cardiologia e da radiologia. Neste mesmo ano, a Lexmark adquiriu os componentes para apoiar as lacunas geradas pelo PACs, o PACSGEAR. Ele digitaliza e compactua arquivos de exames.

Outra empresa comprada foi a Gnax, que trabalha como um SUS nos Estados Unidos. Atendendo com a solução de uma lei do estado do Colorado que obriga hospitais, clínicas e laboratórios a compartilharem os dados dos pacientes.

Por último, em Janeiro de 2015, a Lexmark  fez a quinta aquisição para saúde, a CLAROM, empresa canadense que é especializada em visualizadores de exames médicos – tanto para acesso de pacientes quanto para acesso com a função de diagnóstico.

Hoje a Lexmark tem a capacidade de gerenciar toda a informação de uma organização de saúde, sejam documentos administrativos ou clínicos. Um único provedor consegue armazenar uma imagem de radiologia, patologia, oftalmologia e até a “retaguarda” do hospital como as contas, termos de consentimento, tudo isso integrado em uma suíte.

Os próximos passos da empresa estão relacionados a telemedicina e telerradiologia. Muitos avanços da digitalização permitem que exames armazenados em arquivos muito grandes ocupem espaços menores a ponto de serem estudados em uma região mais remota, por exemplo, e depois levados instantaneamente a um especialista de grande centro e essa é a grande revolução que a empresa quer trazer para a saúde.

Jurandir ainda levanta que a tecnologia está caminhando para a mobilidade. “Muitos dos nossos clientes estão interessados em fazer a captura dos dados de um paciente pelo celular. Ao invés de ficar na fila para apresentar seus documentos de plano de saúde ou do laboratório, o próprio paciente pode ter um aplicativo daquela instituição de saúde, assim ele pode, em casa, fotografar seus dados e o pedido médico e depois essas informações serão lançadas dentro do sistema de atenção da saúde”.





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