Novos modelos assistenciais e seus impactos na cadeia da saúde suplementar
13/04/2016 - por Nathalia Nunes

No Fórum ASAP 2016, que aconteceu na última semana, em São Paulo, um dos painéis discutiu a necessidade de mudança de modelos assistenciais para a sustentabilidade do setor de saúde suplementar.

Ana Maria Malik, Pesquisadora da FGV, ao apresentar um gráfico de expectativa de vida e gastos com saúde, mostrou que, por mais que o gasto per capita seja importante, o modelo de gestão e o modelo de assistência têm mais impacto positivo (e negativo) que o dinheiro investido.

No caso do Brasil, mostrou que a população conseguiu passar por todas as transições que a população de países desenvolvidos já passou, sejam epidemiológica, demográfica ou tecnológica, o setor de saúde não conseguiu evoluir no modelo de assistência à saúde.

Dentre os fatores que levam para a sustentabilidade e o desenvolvimento do setor, Malik citou três: informação, qualidade e mudança dos modelos. Os três seguem tendências mundiais e provam ser de impacto positivo na agenda das instituições.

Para Martha Oliveira, Diretora da ANS, os três pontos de grande importância são:

  • a desconfiança entre os players do setor. “Isso impede o avanço. Enquanto não percebermos que estamos no mesmo barco e vamos afundar juntos, não tem jeito”;
  • a informação: “em todos os níveis, desde qualidade e transparência até a facilidade de acesso a ela”;
  • cultura da saúde: “começamos a falar para as pessoas que a tecnologia é bacana, nunca mostramos para as pessoas o valor da atenção primária, da importância da realização de um protocolo correto”.

Frederic Goldstein, Fundador e Presidente da Accountable Health e CEO da Population Health Alliance, cita que, nos Estados Unidos, 30% dos recursos investidos em saúde são perdidos por erros, fraudes ou abusos. Se refletirmos esta porcentagem para a realidade brasileira, o montante desperdiçado é enorme.

Martha ainda disse que “não vamos conseguir mudar baixando normas e portarias, vamos mudar se conseguirmos reestruturar” e encerra dizendo que o sistema de saúde está perfeitamente preparado para dar os resultados que dá hoje, ou seja, se quisermos ter outros resultados, precisamos ter outro sistema.

A discussão é válida em diferentes âmbitos, seja na liderança das organizações ou no governo brasileiro. A reestruturação do sistema de saúde brasileiro depende da colaboração entre os players do setor e, mais que isso, do entendimento de que todos são responsáveis pelos resultados que geramos.





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