Notre Dame Intermédica triplica lucro e amplia receita em 2015
04/04/2016 - por Beth Koike
Silvia Costanti/Valor
"Estamos realizando mudanças em várias frentes, da estrutura da empresa a modalidades de plano", diz Machado, que preside a Notre Dame Intermédica.


Na contramão do setor de planos de saúde, que perdeu quase 800 mil usuários no ano passado, o Grupo Notre Dame Intermédica conquistou 590 mil novos clientes e viu seu lucro líquido mais do que triplicar para R$ 236,2 milhões em 2015. O grupo é formado pelos convênios médicos Notre Dame Intermédica e Santamália, pela operadora dental Interodonto e pela empresa de saúde ocupacional RH Vida.
 
A última linha do balanço do grupo trouxe números expressivos devido ao avanço de 53% na receita líquida da Notre Dame Intermédica, que representa quase a totalidade do faturamento da companhia. Além disso, a taxa de sinistralidade caiu três pontos percentuais ficando na casa dos 72%. Para efeitos de comparação, a Amil terminou 2015 com prejuízo de R$ 107,5 milhões e uma sinistralidade de 81,5%. Na Bradesco Saúde, o lucro caiu 8% e o indicador que mede a diferença entre receita e custos aumentou 1,3 ponto percentual em 2015.
 
O que leva a Intermédica a controlar melhor os custos é a rede própria, formada por mais de 10 hospitais, 60 clínicas médicas e 110 ambulatórios instalados dentro das empresas clientes. Cerca de 65% dos atendimentos de usuários da Intermédica acontecem nessas unidades. Mas, essa já era a receita do fundador da Intermédica, o médico Paulo Barbanti que vendeu a empresa para o fundo americano Bain Capital por cerca de R$ 2 bilhões há dois anos. A nova gestão da Notre Dame Intermédica, comanda por Irlau Machado Filho, deu um "banho de loja" na operadora era mais conhecida no "chão de fábrica", jargão usado no setor para classificar os funcionários com salário menor. Para mudar essa percepção, foi criada em 2015 campanha de marketing com anúncios na TV ­ a primeira em quase 50 anos da Intermédica.
 
Mas, as iniciativas não se limitam à "perfumaria". Entre 2015 e 2016, estão sendo investidos R$ 130 milhões na modernização das unidades próprias e aquisição de equipamentos médicos. "Estamos realizando mudanças em várias frentes. Todos os nossos hospitais receberam selos de acreditação, criamos novas modalidades de planos de saúde, reorganizamos a estrutura da empresa", diz o presidente da Notre Dame Intermédica, Irlau Machado. Nessa reorganização, o registro da seguradora Notre Dame, que pertencia ao grupo, foi cancelado e criados outros produtos para um público intermediário alto. "Com essa mudança, a comercialização ficou mais eficiente. Antes, havia duas áreas comerciais e as negociações não fluíam. Agora, vendemos um plano de saúde com várias modalidades para atender diferentes hierarquias", complementa. O grupo tem uma carteira com 3,6 milhões de usuários, sendo 2 milhões de convênios médicos, 1,1 milhão no dental e o restante em saúde ocupacional.
 
Nesta fase, a empresa ganhou uma nova sede na avenida Paulista que passou a reunir todos os funcionários da operadora, que estavam espalhados em várias unidades. Não é a primeira vez que Machado implementa grandes mudanças em pouco tempo. O executivo foi o responsável pela reestruturação do Hospital AC Camargo, referência em oncologia, que no início dos anos 2000 estava endividado e hoje ostenta lucros crescentes mesmo dependendo de repasses do SUS.

 




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