Clínicas populares viram alternativa para quem não pode pagar plano
16/03/2016
Quase 800 mil brasileiros deixaram de ter planos de saúde em 2015.

 Depois de perder o emprego e o plano de saúde, Alberto Dias andou penando na fila do SUS.

“Eu estou com uma série de problemas de saúde. Tentei por várias vezes. Não consegui”, conta o motorista desempregado.

 Ele descobriu uma clínica particular em São Paulo, que diz cobrar preços populares. A consulta saiu na hora.

“Eu vim uma vez, fui atendido. E agora estou retornando pra fazer um exame que o médico pediu”, diz.

 Exames também ficam mais em conta, garantem os médicos. A rede, que tem dez clínicas, pretende chegar a 30 até o fim de 2016.

“Eu acho que, por conta de toda essa situação ruim do setor da saúde, muitas pessoas perderam o emprego e faltam opções. O SUS está extremamente estressado. A gente cresceu, em média, nos últimos 3 meses, 30% ao mês”, aponta Thomaz Srougi, administrador da rede.

 Essas clínicas só podem começar a funcionar depois de obter o registro dos conselhos regionais de Medicina e não podem fazer captação de clientes. As empresas ficam sujeitas a penalidades se exigirem dos pacientes o pagamento de taxas ou de mensalidades.

“Se cobram dele uma taxa, que normalmente é mensal, para ter direito de participar desse tipo de atendimento, ele deve desconfiar. A escolha deve ser livre e, o atendimento, de qualidade, com uma remuneração digna, dentro de uma razoabilidade de mercado”, explica o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, Fábio Augusto Guerra.

 A ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar, divulgou que, em 2015, quase 800 mil pessoas deixaram de ter plano de saúde. E esses clientes são o público-alvo de uma clínica particular recém-inaugurada em Belo Horizonte.

“Nossa consulta clínica, ginecológica, pediátrica, [está] em torno de R$ 70. As demais especialidades, R$ 90”, afirma a clínica-geral Camila de Medeiros.

 Claudinéia dos Santos estava no pronto-socorro público, que fica do outro lado da rua da clínica. Desistiu depois de esperar quatro horas pelo atendimento. Na clínica popular ela gastou dinheiro e ainda saiu falando bem.

“Aqui é um lugar que o preço é mais básico e a gente é bem atendido”, conta a dona de casa.




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