Clínicas particulares surfam na onda do preço popular
01/03/2016
Ancorados por investidores, estabelecimentos médicos independentes crescem em várias regiões de BH, com tabelas mais acessíveis a clientes que perderam o plano de saúde ou usuários do SUS 

Nem as longas filas da saúde pública, nem as altas mensalidades dos planos. As chamadas clínicas populares se expandem no vácuo deixado pelos dois sistemas de saúde, o público e o privado. Cobrando valores que começam em R$ 50 pela consulta médica e R$ 20 por exames, a exemplo do raio X, o negócio tem atraído novos investidores e se propaga por todas as regiões de Belo Horizonte. Com o espaço ocupado no caótico setor da saúde, elas já surgem até mesmo preparadas para prestar atendimento especializado em um só segmento, como a geriatria. 

As consultas chegam a custar um terço do praticado, na média, pelo mercado, e para os exames, as diferenças são de pelo menos 20% a menor, dependendo da especialidade. Da região Centro-Sul ao Norte da capital, cresce a oferta dos serviços. Em áreas populosas da capital, como Venda Nova, mais de 10 clínicas abriram as portas no modelo popular. O público-alvo são clientes que perderam o plano de saúde, ou usuários do SUS que decidiram encurtar o caminho até o médico, pagando em dinheiro ou no cartão pelo atendimento particular. 

Na última semana, com investimentos de R$ 2 milhões (contabilizando o imóvel), a Uniclínica Venda Nova abriu as portas na Rua das Gabirobas. São 700 metros quadrados de área construída, divididos entre recepção, 10 consultórios e espaço para exames. Um dos proprietários do empreendimento, o médico nutrólogo e clínico geral Octaviano Cruz, aponta que apesar da crise econômica o grupo espera o retorno da maior parte do investimento em dois anos. 

As consultas na clínica custam entre R$ 70 e R$ 90. Os exames começam a partir de R$ 4, preço cobrado pelo hemograma, R$ 40 a mamografia e alcançam R$ 250, para uma endoscopia. “Não gostamos de dizer que nosso atendimento é só para as classes C e D, porque hoje, com o aumento do desemprego, percebemos que mesmo pessoas das classes B e A estão buscando alternativas mais baratas para cuidar da saúde”, diz Octaviano. Segundo ele, em uma região de grande concentração de residências, como Venda Nova, são mais de 1 milhão de possíveis usuários. 

Desanimada, com dores que ela desconfiava serem provenientes de uma dengue, a vendedora Ludmila Jardim, de 31 anos, procurou a clínica popular atraída pelo preço. “Fui no SUS dois dias seguidos e esperei por 10 horas, mas não consegui atendimento. Decidi pagar R$ 70 para saber o que eu tenho e ver se melhoro”, afirmou. Ela conta que tem duas filhas e quando precisa de atendimento médico costuma levar as crianças em clínicas populares. Ludmila diz ter gostado do resultado. 

Vanessa Andrade, de 25, era cliente de um convênio médico que fechou as portas no fim do ano passado. Desde então, ela vem usando o SUS. Na última semana, Vanessa, que é cuidadora de idosos, precisou fazer um ultrassom abdominal de urgência. Pelo SUS, precisaria esperar mais duas semanas. “Estava aflita demais e decidi fazer o ultrassom particular. Fiz uma pesquisa de preços e consegui o exame por R$ 80”, contou. (Portal Uai)
Fonte: Unidas
tags: clinicas




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