"Diante de tanta imprevisibilidade das rápidas mudanças do século 21, o momento é adequado para falarmos do futuro", disse a jornalista Miriam Leitão aos participantes do 21º Encontro de Líderes, promovido pela CNseg, na Praia do Forte, na Bahia, em sua palestra “O horizonte do Brasil no Século XXI”, mediada pelo presidente da FenSeg, João Francisco Borges da Costa. “Esta é a hora de pensar no futuro. Quanto mais rápido soubermos para onde vamos, mais rápido chegaremos lá. Pensar no futuro nos faz avaliar riscos e isso reduz as chances de fracasso e aumenta as chances de permanecer no sucesso.”, disse Miriam.
A jornalista destacou que o Brasil está prisioneiro do imediato. O presente virou um redomoinho que suga e o impede de crescer, avaliou. Entre as mudanças do século 21, Miriam destaca o perfil demográfico, o clima que traz muitas catástrofes e a tecnologia. “São temas que todos devem pensar, principalmente vocês que fazem parte do mercado segurador”, sugeriu.
A palestrante destacou que toda e qualquer crise terá uma saída democrática, em razão de tudo que já foi construído. O Brasil acertou muito ao longo das décadas, sempre construindo consensos. Uma luta de duas décadas que a democracia, com a estabilização do real, em 1994, e em 2004 com a inclusão social.”, diz. “Democracia, estabilidade e inclusão. Foi isso que escolhemos e construímos. Agora estamos em busca do quarto consenso, mesmo no meio desta confusão que nos machuca e dói, mas que são parte da reconstrução”, comenta.
Ela explica que o quarto consenso é o começo de construção de um novo padrão de relação público-privada, redução da impunidade e novas maneiras de fazer campanhas eleitorais. Somos todos iguais. Quem desrespeitar a lei terá de responder por isso. Se tivermos sucesso, a economia será mais forte, as relações mais transparentes, e a democracia será mais saudável. “Ou seja, o quarto consenso aperfeiçoa o que já foi feito e tornamos as bases de uma sociedade mais forte.”
Os efeitos maléficos da corrupção são seríssimos, ressalta. A população tem pouca tolerância com a corrupção e está dentro do cardápio da sociedade o combate a desigualdade. “A corrupção gera sobrepreço, inflação, falta de controle, ineficiência. O efeito dentro das empresas é grande e ela entra em crise quando o sistema muda. Para o País, há perda de credibilidade e investimentos. A corrupção atrapalha todo mundo. Assim como aconteceu com a inflação. Foi boa para alguns porque concentrava renda. Mas conseguimos mudar por um tempo”, acrescenta.
Segundo ela, que muito estudou para escrever o livro “História do Futuro, o horizonte do Brasil no século XXI”, o Brasil passa por um presidencialismo por coalizão, a população vai envelhecer e é preciso saber usar os talentos maduros. Os eventos climáticos castigam o mundo, e o Brasil é o primeiro do ranking de diversidade. Há tecnologia disponível para gerenciar e mitigar riscos como inibir a destruição da Amazônia. “A maior das tarefas é a educação. Podemos fazer escolhas bem-sucedidas. O século 21 não vai exigir força bruta. Ele pede cérebros. E é disso que temos de cuidar”, disse, finalizando uma palestra apreciada pelos presentes.