Importante polo de inovação dos Estados Unidos, a cidade de San Diego, na Califórnia, é considerada o Vale do Silício das companhias farmacêuticas com o foco em biotecnologia. A região concentra cerca de 600 empresas ligadas à saúde, que geram, juntas, cerca de 40 mil empregos.
"San Diego se reinventou. Cerca de 90% dos postos de trabalho da região foram criados por pequenas empresas inovadoras", diz a socióloga Mary Walshok, reitora dos cursos de extensão da Universidade da Califórnia.
Há pelo menos 100 anos, o Estado da Califórnia, que também concentra importante produção agropecuária do país, decidiu se estruturar para sediar empresas inovadoras, sobretudo ligadas às indústrias navais e aviação. "Foram recrutados vários engenheiros no país para trabalharem nessas indústrias", conta a socióloga. A região atraiu companhias e o deserto da Califórnia virou alvo de pesquisas militares e pista de testes para aviadores, como Charles Lindbergh.
A partir dos anos 50, passada a Segunda Guerra Mundial, a cidade também começou a concentrar os grandes centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de diversas empresas de tecnologia, incluindo ciências da vida. "No início dos anos 80, começaram a surgir os 'clusters' [polos] de empresas biofarmacêuticas", diz Mary.
Assim como a região do Vale do Silício, no mesmo Estado, que é considerado referência em tecnologia, berço de grandes companhias, como a Apple e HP, San Diego tornou-se sinônimo em inovação em saúde. Grandes grupos desse setor começaram seus negócios com pesquisas de moléculas que poderiam ser tornar medicamentos inovadores. A região ainda continua atraindo empresas incubadoras nessa área, com apoio de universidades.
Essas companhias passaram a atrair investimentos de fundos de venture capital, que apostam em empresas nascentes ("startups"). Os dados mais recentes mostram que esses fundos fizeram pesados aportes nos últimos anos - só em 2011 foram investidos cerca de US$ 5 bilhões nessas companhias.
Após a crise de 2008, a fuga de capital de negócios considerados arriscados alterou o cenário de investimentos dessas companhias, que passaram a contar com maior apoio de grandes farmacêuticas globais. Esses grupos enxergam nesses pequenas companhias uma aposta futura de desenvolvimento de moléculas promissoras. (MS)
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