O Hospital SírioLibanês, referência na área de oncologia, encerrou o ano passado com uma receita bruta de R$ 1,4 bilhão, o que representa um aumento de 15,3% quando comparado a 2014. Tratase de um desempenho superior ao registrado pelo setor hospitalar, que teve um crescimento médio de 4,2% no mesmo período, segundo dados da Anahp, associação que representa os maiores hospitais privados do país.
Em 2016, a estimativa é que o faturamento do hospital aumente entre 10% e 12% percentual inferior por conta do cenário macroeconômico adverso. O SírioLibanês não abrirá os leitos da nova torre que estavam previstos para entrar em operação neste ano. Inicialmente, a ideia era chegar em dezembro com 656 leitos, mas esse número deve ficar em 451. A retração nos hospitais está fortemente relacionada à redução de mais de 500 mil usuários de planos de saúde, que perderem o benefício ao serem demitidos.
O SírioLibanês começa o ano com mudanças na direção. A presidência passa a ser ocupada exclusivamente pelo médico Paulo Chapchap. Nos últimos oito anos, o hospital foi comandado a quatro mãos: Chapchap respondia pelos assuntos estratégicos e Gonzalo Vecina Neto ocupava o cargo de superintendente corporativo e foi responsável, entre outras ações, pelo processo de expansão do Sírio. Vecina que já ocupou vários cargos públicos na área da saúde como a presidência da Anvisa deixou o SírioLibanês nesta semana.
Chapchap passa a acumular as funções e ocupar o cargo de presidente, posto que foi criado para essa nova etapa. "Nosso desafio é ampliar o acesso das pessoas ao hospital. Esse ano também será complexo porque temos muitas despesas precificadas em dólar", disse Chapchap.
Apesar da crise econômica no país, os projetos de abertura de novos hospitais do SírioLibanês no Rio de Janeiro e Brasília estão mantidos. "As obras começam em 2018, quando acreditamos que o cenário econômico no país estará melhor. Não mudamos nosso cronograma", pontuou o presidente.
Diante do atual cenário, uma das principais frentes do hospital é melhorar a produtividade operacional. Entre as ações adotadas estão o aumento no número de exames por máquina ou de cirurgias por sala? redução de resíduos sólidos e economia de água e energia. Segundo Chapchap, essas medidas ajudaram a manter a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 12% mesmo patamar de 2014, o que é considerado positivo tendo em vista os elevados custos na saúde.
Na área médica, um dos principais projetos do SírioLibanês é o DRG brasileiro. Tratase de uma metodologia que reúne informações clínicas de pacientes brasileiros que poderão ser usadas para adoção de protocolos clínicos e comparações com pessoas de outros países.