Em 2015 o desemprego no Brasil aumentou 42,5% que, segundo o IBGE, é a maior alta da série histórica. Isso pode ampliar a dificuldade já enfrentada por pelo menos 54% da população, que não consegue pagar por todas as terapias que precisa.
Cerca de 75% dos brasileiros compram medicamentos com os próprios recursos, sem nenhum tipo de auxílio. Essa realidade já representava um desafio crescente, devido ao aumento das despesas com saúde geradas pelo envelhecimento da população.
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Os idosos já representam 7,4% dos 201 milhões de brasileiros e, com a expectativa de vida de 71 anos para homens e 78 para mulheres, esse percentual continuará aumentando nos próximos anos. Essa mudança torna uma série de doenças mais frequentes, como câncer, hipertensão, diabetes e problemas neurológicos.
Tais doenças requerem tratamentos complexos e/ou contínuos, o que eleva as despesas com saúde. As dificuldades de acesso a terapias, que acabariam sendo agravadas gradualmente com o novo perfil demográfico, que podem sofrer um crescimento acelerado pelo desemprego e pelas consequentes limitações financeiras da população.
Segundo presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Antônio Britto, o cenário desperta preocupação, pois o corte de despesas com saúde é uma das últimas coisas que as famílias fazem, mas que pode ser uma medida necessária quando o desemprego aumenta e a renda cai.
Hoje, os medicamentos têm 34% de seu valor composto por tributos, sendo o ICMS o mais alto entre eles. Apesar disso, esse imposto deve aumentar em 12 estados; aumento médio de 1,2%, gerando impacto no preço dos medicamentos.
Em 2009, o estado do Paraná reduziu o ICMS de 18% para 12% e, com isso, aumentou o acesso a medicamentos. O aumento das vendas elevou também a arrecadação deste imposto pelo governo, que saltou 115% no Paraná, enquanto nos principais estados do país, a arrecadação havia aumentado apenas 9%.
O Brasil estás muito acima da média mundial de tributos sobre impostos: no país cobra-se 34%, enquanto a média mundial é de 6,3%. Países como Portugal, Holanda, Itália e Espanha não cobram mais do que 10%.