Por Pedro de Carvalho
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) conclui, juntamente com advogados norte-americanos, uma ação judicial contra multinacionais de produtos médicos acusando-as de pagar comissão a médicos brasileiros.
O caso é um desdobramento das investigações da chamada “máfia das próteses”, como ficou conhecido o esquema no qual médicos submetem pacientes a cirurgias de próteses sem necessidade em troca de comissões sobre os produtos indicados.
No Brasil, o caso já está sob investigação da Justiça e foi objeto de uma CPI depois de reportagem do “Fantástico” mostrando o esquema em vários estados.
Estima-se que o esquema seja responsável por um prejuízo de 6 bilhões de reais ao ano aos planos de saúde.
A Abramge reivindica uma indenização e um pesado acordo de compliance. “Se os Estados Unidos querem fazer corrupção, que façam no quintal deles”, disse Pedro Ramos, diretor da associação, ao Radar.
A ação, que deverá ser impetrada em seis semanas, será nos EUA porque o país concentra 60% dos produtos médicos que são enviados ao Brasil, mas também haverá ofensiva jurídica aqui e na Europa.
Recentemente, o Ministério Público Federal denunciou dez envolvidos no esquema, entre médicos e empresários. A estimativa é que cerca de 5 milhões de reais tenham sido desviados pelo grupo.