O direito universal à saúde de qualidade é premissa para qualquer nação queira de fato postular o status de desenvolvida socialmente. Consequentemente, a valorização do profissional que se dedica a cuidar do próximo é imprescindível e deve se dar em todas as esferas, no público ou suplementar.
Em 2016, empunharemos essa bandeira ainda mais alta, como meta para os médicos de São Paulo e do Brasil. Temos de unir forças para melhorar nossa remuneração, pois esse é um dos fatores que, atualmente, inviabilizam a fixação de profissionais em áreas remotas e periferias, por exemplo.
Quanto à nossa eterna contenta com planos e operadoras, iniciaremos outra etapa. É absolutamente natural, se considerarmos que a Lei 13.003 nos garante o direito a reajuste anual. Assim, como ocorre com todos os demais profissionais liberais e trabalhadores do mundo inteiro, sempre teremos períodos de negociação, reivindicações, possibilidade de protestos, de suspensão de atendimento e por aí vai.
As relações de trabalho no mundo moderno funcionam dessa forma. O que temos de buscar, médicos e planos de saúde, é maturidade nas negociações para não prejudicar jamais os pacientes. Já temos definidos os eixos de nossa campanha de 2016, a começar por reajuste linear de consultas e demais procedimentos. Nos últimos anos, graças ao bom trabalho da APM, Cremesp e sindicatos, obtivemos conquistas e recuperação das consultas. No entanto, os procedimentos não avançaram quanto deveriam. A hora é agora.
Outro ponto de honra é a questão do índice de reajuste. Não aceitamos nem conversar sobre a possibilidade corrigirem nossos honorários em frações desse ou daquele índice. Por exemplo: 20% do IPCA, 50% do IGPM ou seja qual for. Queremos 100% de recomposição e de preferência com acréscimo de aumento real. A definição de qual será o índice é outra história. Aí sim podemos negociar.
É exigência a autonomia na assistência aos cidadãos. Devemos ter liberdade para exercer a medicina em sua plenitude, usando todas as suas potencialidades pela saúde e a vida de nossos pacientes. Não admitimos pressões para reduzir exames indispensáveis, antecipar altas, evitar internações que podem gerar riscos e outras tão comuns hoje em dia e seguidamente denunciadas pela APM e demais entidades médicas.
Por fim, passaremos a utilizar nosso direito de denunciar ao Ministério do Trabalho empresas que não negociarem com os médicos, infringindo dessa forma a Lei 13.003/14.
Tendo em mente o propósito de atuar fortemente para que os profissionais do Brasil, em geral, e do estado de São Paulo, em particular, tenham plenas condições para a adequada prática médica, a APM, junto ao Cremesp, sindicatos, Academia e sociedades de especialidades está pronta para um ano de muito trabalho.
Florisval Meinão
Presidente da Associação Paulista de Medicina.