Receita líquida de hospitais cai 1,8% em 2015. E agora?
08/01/2016

Muito impactante a notícia publicada no Valor Econômico de 5 de Janeiro, de que dos 22 maiores hospitais particulares do país, a receita caiu 1,8% em 2015, segundo levantamento da Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP).

Segundo a ANAHP, não só a receita líquida recuou, mas as despesas hospitalares cresceram 8,3%, atingindo R$7,4 bilhões para receitas de R$8,3 bilhões. Neste período, o número de cirurgias aumentou apenas 0,4% e o número de atendimentos em pronto-socorro caiu 7,2% para 2,1 milhões.

Ou seja, a receita não está acompanhando nem a inflação médica, que segundo fontes do setor ficou em 20% no ano de 2015. Mais revelador, é a queda no número de atendimento de pronto-socorro, e a percepção, segundo Francisco Ballestrin, “presidente da Anahp, de que a população está adiando cirurgias de alta complexidade, um comportamento diverso do que foi observado em 2008, quando a população correu para utilizar o plano de saúde.

Ainda mais revelador, é o fato de que 500 mil pessoas perderam seus planos de saúde em 2015, mas dessas quantas não foram de planos top para planos mais acessíveis ? Pela primeira vez em dez anos, os hospitais top do país estão vendo uma diminuição nítida e rápida no seu potencial número de clientes, que estão migrando para planos mais acessíveis.

Parece cada vez mais sensata, a decisão da entidade filantrópica do Hospital Samaritano de vender o hospital para o grupo United Health, pois as margens estão cada vez mais comprimidas no setor hospitalar e as negociações com as operadoras estão cada vez mais difíceis.

Por outro lado, alguns hospitais parecem estar aumentando desnecessariamente o tempo das internações e os procedimentos realizados, a fim de garantir um maior faturamento. Se no passado era piada dizer que em determinados hospitais, ao entrar com cefaléia (dor de cabeça) o paciente ganhava uma tomografia, agora cada vez mais estes kits de exame padrão se espalham, contrariando a boa propedêutica e anamnese do paciente.

Dúvidas ou sugestões? Mande um e-mail para fernando@livehcm.com

Fonte: Beth koike, Valor Econômico, 05/01/2016





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