Pesquisa avança no combate ao fumo
Valor Econômico
22/03/2013

Pesquisa avança no combate ao fumo

Por De La Jolla (Califórnia)

A multinacional americana Pfizer está na corrida para colocar no mercado uma vacina antifumo. As pesquisas da farmacêutica ainda estão em fase inicial, mas se as apostas do laboratório forem eficazes, o medicamento chegará ao mercado no fim desta década, em um cálculo mais otimista.

Essa vacina tem como objetivo impedir a chegada da nicotina ao cérebro, inibindo a sensação de prazer, disse Brian Champion, diretor-executivo e responsável pela imunologia da área de pesquisas em vacinas da Pfizer, com sede em La Jolla, na Califórnia (EUA). A cidade abriga um importante polo de indústrias farmacêuticas com o foco em biotecnologia.

Segundo Champion, cientista especializado em vacinas, com 25 anos de experiência como imunologista na área de pesquisa e desenvolvimento, outros laboratórios, sobretudo os que produzem biológicos, também fazem pesquisas nesse mesmo sentido.

No mundo, cerca de 5 milhões de fumantes morrem por ano em decorrência de problemas causados pelo cigarro. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o número global de fumantes é de cerca de 1,5 bilhão de pessoas na idade adulta, um terço da população mundial. A luta para parar de fumar não é fácil. Os atuais medicamentos antitabagistas existentes ainda possuem efeitos colaterais graves, como depressão por exemplo. Os produtos mais conhecidos são o Chantix, que pertence à própria Pfizer, e o Zyban, da GlaxoSmithKline (GSK).

A expectativa é de que a vacina tenha eficácia maior sobre os fumantes. As atuais drogas comercializadas deixam de funcionar quando o fumante para o tratamento.

Além do combate ao fumo, a Pfizer tem em desenvolvimento outras importantes vacinas, voltadas para o combate do câncer da próstata, asma, doenças neurodegenerativas e infecciosas, por exemplo.

O mercado global de vacinas é muito atraente - movimenta algo como US$ 17 bilhões por ano, com taxas médias de crescimento de 16% ao ano. Esse segmento triplicou nos últimos dez anos, tornando-se um dos mercados de maior expansão entre os setores da indústria em geral - duas vezes mais rápido que o de drogas terapêuticas, por exemplo. No Brasil, a receita com vacinas é bem mais modesta, em torno de R$ 1 bilhão, com cerca de 400 milhões de doses comercializadas por ano. O Brasil é alvo das grandes multinacionais farmacêuticas, cujas apostas giram em torno das chamadas doenças tropicais. (MS)

 

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