Brasileiro começa a abandonar planos de saúde
14/12/2015
Entre janeiro e setembro deste ano 436 mil pessoas perderam o plano de saúde no Brasil. O aumento do desemprego, cuja taxa se aproxima de dois dígitos, a redução de 800 mil postos de trabalho com carteira e a queda de renda famílias provocaram a debandada de beneficiários. O recuo de 0,86% no número de usuários acontece pela primeira vez após 10 anos de crescimento no setor de saúde suplementar. A expectativa da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) é que até o fim do ano meio milhão de pessoas fique sem a cobertura dos planos de saúde privados e procurem a assistência médica do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Atualmente, os planos empresariais são responsáveis por 80% do número total de 50,3 milhões de beneficiários das operadoras. O aumento da taxa de desemprego, medida pela PNAD Contínua do IBGE, atingiu o patamar de 8,9% no terceiro trimestre do ano, deixando 8,9 milhões de desempregados em setembro. Como consequência, houve a perda de usuários de planos de saúde corporativos. Por outro lado, a alta da inflação e do endividamento impactou no orçamento das famílias. Faltou fôlego para manter em dia o plano de saúde individual e familiar. 

Levantamento feito pela Abramge, com base nos dados da Agência de Saúde Suplementar (ANS), contabiliza a perda de 436.133 beneficiários de planos médico-hospitalares entre janeiro e setembro no país. Em Pernambuco, 65.064 usuários deixaram os planos na comparação entre setembro de 2014 e setembro de 2015. O número de beneficiário caiu de 1.452.961 para 1.387.897. Reflexo da alta do desemprego, cuja taxa em outubro já ultrapassou dois dígitos (11,2%), atingindo 468 mil pernambucanos. 

O diretor-executivo da Abramge, Antônio Carlos Abbateopaolo, considera o cenário preocupante para o setor. Segundo ele, a perda de usuários dos planos de saúde tem ligação direta com o aumento do desemprego. Além da perda de beneficiários dos planos empresariais, ele cita a fuga de usuários dos planos coletivos por adesão e dos planos de micro e pequenas empresas. 

As operadoras acenderam o pisca-alerta, porque, desde 2005, o setor de saúde privada crescia na proporção de um milhão de usuários ao ano. Agora o cenário é de retração. “A nossa preocupação é porque as projeções indicam que persiste a queda do PIB (Produto Interno Bruto) e da atividade econômica e de aumento do desemprego em 2016.” Vale lembrar que a perda de carteira e o aumento dos custos do setor de saúde vão rebater nas mensalidades. (Portal dos Municípios Baianos)




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