Setor de dispositivos médicos cresce mais de 5%, mas trava em consumo e empregos
08/12/2015
A Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou o crescimento de 5,1%, de janeiro a setembro de 2015, em relação ao mesmo período em 2014, na produção industrial dos Dispositivos Médicos (DMAs), odontológicos e ópticos. Além disso, o comércio de artigos farmacêuticos, médicos e ortopédicos no varejo cresceu, segundo a PIM-PF, 4,7% de um ano para cá. No entanto, o índice de consumo aparente de DMAs apresentou uma queda de 4,4% de 2014 para 2015 (janeiro a setembro). Os números são da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (Abiis).

No tocante à geração de empregos, as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social, dão conta que foram fechados 766 postos de trabalho em atividades industriais e ligadas ao comércio de Dispositivos Médicos (DMAs). O setor demonstrou assim um recuo de 0,6% no contingente de trabalhadores no setor, entre janeiro a setembro de 2015. Porém, esse mercado praticamente zerou o incremento no número de profissionais de out/2014 a set/2015, com aumento insignificante de 0,1%.

Outros índices da Abiis revelam os preços dos artigos ortopédico, de hospitalização e cirurgia, dos exames laboratoriais e os de imagem. Em todos os procedimentos houve majoração nos preços praticados pelo mercado, o que indica números inflacionados. Conforme apontam os índices, de janeiro a setembro de 2015, os preços dos artigos ortopédicos subiram 20,78% e os de hospitalização e cirurgia tiveram uma majoração de 8,41%. Os exames de laboratório tiveram um aumento de 4,51%, e os de radiografia 3,02%.

No que se refere ao volume das importações de DMAs, o setor apresentou uma queda de 9,23%, exceção feita aos reagentes que tiveram uma elevação de 1,85%. Nas exportações do setor, o montante ficou na casa dos US$ 678,5 milhões nos primeiros nove meses de 2015, aumento de 2,38% em relação ao mesmo período em 2014.

Para José Márcio Cerqueira, diretor-executivo da Abiis, o Brasil tem potencial para crescer em consumo e produção no setor de dispositivos médicos, pois existe demanda reprimida neste segmento. "Contudo, barreiras de natureza regulatória e a crise econômica que afeta o país, desestimulam investimentos e isso tem implicações generalizadas que impactam de forma negativa nos índices do setor", conclui o dirigente.

Fonte: Monitor Mercantil - 03.12.2015




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