Fernando Haddad abre cofre para ter hospital
24/11/2015
Prefeito determina aumento de 11% no orçamento da saúde, passando de R$ 8,5 bi para R$ 9,4 bi em 2016

Obras começaram em fevereiro e estão 23% concluídas 

Dos R$ 145,6 milhões prometidos em fevereiro pelo governo federal para a construção do Hospital de Parelheiros, na Zona Sul da capital, nem um centavo chegou até agora para a Prefeitura.

Se depender da presidente Dilma, o prefeito e companheiro de partido Fernando Haddad (PT) terá de encontrar alternativas para conseguir entregar até o fim do seu mandato, em dezembro de 2016, pelo menos parte da sua principal promessa de campanha: inaugurar três hospitais. Com o atraso para o início da obra do centro médico da Brasilândia, na Zona Norte, a conclusão da unidade já foi adiada para o meio de 2017.

“O prefeito Fernando Haddad vai deixar a obra do hospital da Brasilândia bem encaminhada”, admitiu o secretário de Saúde, Alexandre Padilha, que assumiu a área considerada mais problemática da gestão municipal, justamente para garantir o cumprimento do plano de metas. “O Hospital Santa Catarina e o de Parelheiros nós vamos entregar”, afirmou o chefe da pasta.

Durante uma audiência pública na Câmara Municipal na última semana, Padilha acalmou os vereadores ao dizer que o hospital de Parelheiros será inaugurado “de qualquer jeito”, mesmo que para isso seja necessário utilizar mais verba municipal. Se tudo ocorrer conforme o plano traçado pela Prefeitura, parte dos 255 leitos fica pronta em agosto, e o equipamento já poderá começar a atender a população.

“A Prefeitura vai trabalhar com aquilo que está acertado, de que terá os recursos federais para a conclusão do hospital. Mas, se necessário, vai colocar recursos municipais”, discursou Padilha, sem dizer quanto de verba da Prefeitura já foi gasto até agora. O hospital está com 23% da obra concluída.

Praticamente sem esperanças de que a verba de Brasília chegará, Haddad já determinou um aumento de 11% no orçamento da saúde, passando de R$ 8,5 bilhões em 2015 para R$ 9,4 bilhões em 2016.

Zona Sul é a região com menor oferta de vagas

Dois dos três hospitais prometidos pelo prefeito Fernando Haddad (PT) ficam na Zona Sul da capital. As unidades da Vila Santa Catarina, no Jabaquara, e a unidade de Parelheiros somarão 515 leitos  e pretendem amenizar o problema da falta de vagas de internação na região. Ela  é a que possui menor oferta de leitos públicos na capital. 

Enquanto a cidade oferece cerca de dois leitos em hospitais públicos e privados para cada grupo de mil habitantes, a Zona Sul disponibiliza menos de uma vaga. De acordo com a Rede Nossa São Paulo, o índice é de 0,7. Na Subprefeitura Cidade Ademar, próxima ao Jabaquara, a oferta é ainda menor: 0,4.

O mesmo cenário é verificado na Zona Norte da capital, onde está sendo construído o Hospital da Brasilândia. Na Vila Medeiros, por exemplo, o número de vagas  é de 0,4 para cada mil habitantes.

O relatório da Desigualdade Social da Rede Nossa São Paulo revelou, em maio deste ano, um dado de saúde bastante preocupante: quase um terço dos distritos de São Paulo não possuem um leito de hospital sequer, seja do SUS ou privado. Das 96 subprefeituras, só 66 têm pelo menos uma vaga de internação.

O Ministério da Saúde estabelece uma meta de 2,5 a 3 leitos por mil habitantes. Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera ideal de 3 a 5 leitos.




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