O V Estudo Saúde Ativa – Gerações realizado pela SulAmérica Saúde analisou 43.641 questionários respondidos por uma população distribuída em 262 empresas clientes do grupo, em 13 capitais do país, de 2010 a 2013. A amostra é composta de 40% de mulheres e 60% de homens. O questionário aplicado é parte integrante do Programa de Gerenciamento de Fatores de Risco (GFR) da companhia. Essa é a primeira das cinco publicações que serão feitas no portal Saúde Business sobre o estudo.
O objetivo do estudo foi traçar o perfil de saúde das gerações X, Y, Z e Baby Boomers e identificar os principais comportamentos, comuns ou não, desta população segurada. O estudo permite ainda promover análise comparativa entre os perfis populacionais de acordo com as diferentes gerações. As gerações analisadas foram classificadas da seguinte forma:
Distribuição das gerações
O estresse na diferentes gerações
O estresse apareceu como o grande vilão principalmente entre os mais jovens. A pressão por alcançar o sucesso, manter a estabilidade em casa e nos relacionamentos tem tornado as pessoas da Geração Y mais estressadas, concluiu o estudo da SulAmérica. Essa faixa etária reúne os mais altos níveis de classificação do estresse (moderado e alto), com 37,1%. A segunda geração mais estressada é a Z (35,9%), seguida pela X (31,6%) e os Baby Boomers (22,0%). É possível ainda fazer uma relação do estresse como resultado da pressão vivenciada pelos mais jovens com o ramo de atividade (tópico abordado em detalhes nas pá- ginas seguintes). Mais de 12% da Geração Y afirmou atuar no setor financeiro, caracterizado pela busca incessante por eficiência, maximização de lucros e constantes amea- ças por conta da volatilidade dos mercados. Em estudo anterior, lançado pela companhia e que trouxe como foco de análise o perfil de saúde de cada indivíduo por ramo de atuação, o sedentarismo é predominante no setor financeiro (61,4%), seguido pelo estresse (27,9%) o que, para um público predominantemente jovem, passa a ser um alerta. Parte dos altos níveis de estresse registrados na Geração Z pode ser explicada pela tensão dos jovens no período pré-universidade, incluindo os vestibulares, definição da carreira e início da vida profissional.
Em consonância com os apontamentos do estudo da SulAmérica, a Associação Americana de Psicologia (American Psychological Association- APA) também destaca a Geração Y como a mais estressada, além de mais ansiosa. Pesquisa da APA demonstra que as taxas de ansiedade nessa geração duplicam se comparadas a de seus pais. Dados da Associação revelam as causas para os níveis de estresse: trabalho (76%), dinheiro (63%) e relações pessoais (59%). Já na Baby Boomers (BB), os principais fatores de preocupação estão relacionados a problemas de saúde com si próprios e familiares. A leitura mais imediata é que exista uma forte interferência de agentes externos, ou seja, fora do “núcleo” pessoal e familiar no tocante aos mais jovens. Enquanto o trabalho é a principal fonte de estresse da Geração Y, o aspecto profissional não é citado pelos BBs como influenciador do estresse.
Sedentarismo X Estresse X Excesso de peso
O estresse pode ser ainda mais prejudicial à saúde quando acompanhado de outros fatores de risco, como o excesso de peso (considerado no Estudo como a soma dos casos de sobrepeso e obesidade) e o sedentarismo. Esta relação também é observada no levantamento da SulAmérica, onde as Gerações X e Y são as mais impactadas, com índices que ultrapassam 13%. A inferência mais imediata é que se trata de gerações que estão mais ativas no mercado de trabalho e que buscam o equilíbrio entre a vida pessoal e o aspecto profissional. Na maioria dos casos, esses grupos passam horas se dedicando à carreira e compromissos sociais, o que dificulta a inclusão de atividades físicas na rotina e abre espaço para refeições mais rápidas (fast food) e menos nutritivas. Por outro lado, a tríade “Sedentarismo+Estresse+Excesso de Peso” tem os menores índices registrados nas Gerações Baby Boomers e Z, com 10,9% e 7,7%, respectivamente.
Para o Superintendente de Gestão de Saúde Populacional da SulAmérica, Gentil Alves, “o estresse é um fenômeno comum no mundo moderno. Trata-se de uma resposta que o organismo desenvolve quando tem de se adaptar a uma situação de pressão para o qual o indivíduo não está preparado. Esquecimento, desgaste, cansaço e irritação são alguns dos sinais mais recorrentes, que podem evoluir para doenças mais sérias como asma, enfermidades dermatológicas, alérgicas e imunológicas, gastrites, depressão e, principalmente, doenças cardiovasculares. Apesar da Geração Y ser a mais estressada, os altos índices apresentados na Geração Z por meio da pesquisa (35,9%) são sinais de alerta para todos que atuam no setor da saúde e podem ser explicados pela grande pressão que essa geração sofre em multitarefas. A maioria destes jovens é extremamente “ocupada”, geralmente ouvem música, navegam na internet, assistem filmes e interagem com os pares simultaneamente. álem de atividades escolares seja do ensino médio ou universidades – provas, tarefas e entrega de ensaios, muitos deles ainda trabalham ou têm o restante do tempo ocupado por rotinas intensas – esportes, cursos extra-curriculares etc. É ainda uma fase de afirmação da identidade com necessidade de aceitação no grupo social, pressão por sucesso e muitas vezes de início de relacionamentos. É a geração que nasceu “conectada”, com um conceito inato de flexibilidade e mudança. Muitas vezes chegam à universidade ou primeiro emprego esperando encontrar um ambiente flexível e se deparam com estruturas mais rígidas e formais, o que também contribui para o alto nível de estresse”.