O Café da Manhã Anahp desta quinta-feira, 29 de outubro, falou sobre “Projeto de Equipagem em saúde: do planejamento à inauguração”, apresentando o caminho crítico e os principais desafios para a implantação hospitalar, as boas práticas e ferramentas utilizadas na gestão desse tipo de projeto e exibiu como tais práticas trazem grandes resultados para a sustentabilidade e produtividade.
Organizado pela Anahp e pela Dräger do Brasil - líder internacional nos campos da tecnologia médica e de segurança, com diversos produtos que protegem, dão suporte e salvam vidas -, o evento contou com a apresentação de Guilherme Xavier, engenheiro clínico e sócio-diretor da EquipaCare, especialista em planejamento, especificação, negociação, comissionamento de instalação e gestão de tecnologias médicas para empreendimentos hospitalares.
Guilherme chamou atenção para o fato de a equipagem não ser tratada como projeto. “No Brasil, não há o costume de estabelecer premissas, não há definição do escopo, uma estimativa precisa de custos, planejamento de prazo e cronograma. Como consequência, o que se vê é um investimento elevado, altos custos operacionais e grandes atrasos na obra”, afirma.
Outro ponto que favorece o descontrole nos gastos na saúde é o ciclo de vida das tecnologias nesse segmento. “Ao contrário de outros setores, na saúde as tecnologias são complementares. Quando a tomografia surgiu o raio-x continuou existindo, por exemplo. Ou seja, sem planejamento – principalmente definindo quais são as tecnologias mais apropriadas ao foco do negócio - pode haver um aumento descontrolado dos custos e desperdício”, comenta.
“O Projeto de Equipagem é um processo longo e trabalhoso, que envolve ampla gama de equipamentos de diversas especialidades médicas, com inúmeros opcionais, acessórios e funcionalidades customizáveis, podendo representar até 50% do custo do empreendimento. Envolve decisões de curto prazo que terão impacto no longo prazo e que poderão colocar em risco a sustentabilidade do negócio caso não seja realizado com o máximo critério”, complementa.
Guilherme diz que a falta de planejamento dos hospitais transparece muitas vezes em pequenos detalhes. Ele aponta que se vê muito nos hospitais brasileiros leitos repletos de tomadas, com voltagens diversas e até mesmo sem distinção por cor. “Se você já sabe que tipo de equipamentos você usará no leito, conhece suas características, a estrutura elétrica é pensada para isso. Dessa forma você minimiza muito o risco de um equipamento queimar, por exemplo, por uma falha humana”, indica.