Operadoras mostram cautela com inclusões
03/11/2015
Receio é que a inserção de 21 procedimentos a partir de 2016 pressione os custos assistencias; FenaSaúde pede que ANS discipline de maneira clara a adoção de novas tecnologias médicas A ANS também ampliou o uso de outros procedimentos como o número de sessões de psicoterapia

São Paulo - As operadoras de saúde alertam para perigos do encarecimento de planos médico-hospitalares e odontológicos com a inclusão de serviços. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a partir de 2016 os planos de saúde deverão incluir 21 novos procedimentos nas coberturas de carteiras individuais e coletivas.

Embora tenha acompanhado os debates da atualização do Rol de Eventos e Procedimentos em Saúde ao longo do ano, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) alerta que o descompasso entre as novas exigências e o reajuste permitido por lei pode gerar desequilíbrio financeiro para as operadoras e impactar as mensalidades pagas por empregadores ou beneficiários.

Aviso semelhante foi dado pela Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), representante das operadoras de planos de saúde - ainda que tenha se manifestado a favor do desenvolvimento de novas tecnologias médicas.

Para a FenaSaúde, a atualização de precedimentos feita pela ANS deve se nortear por uma "regulação mais construtiva, sustentável e que assegure maior disciplina em relação à incorporação de novas tecnologias, ainda feita de forma acrítica", diz o órgão em nota.

Segundo a entidade, a incorporação tecnológica raramente é substitutiva, o que acaba encarecendo os processos, no mundo inteiro.

O impacto exato da inclusão dos 21 procedimentos sobre os custos assistenciais, completa a FenaSaúde, só será mensurada após o início da vigência da norma, em janeiro de 2016. Embora devam garantir a cobertura destes procedimentos a partir da data referida, as operadoras só poderão repor novos custos um ano e meio após a implantação.

Procedimentos

"A inclusão de novos procedimentos no Rol da ANS é uma conquista da sociedade. Esse Rol é estudado, acompanhado e revisado a cada dois anos", afirmou o diretor-presidente da ANS, José Carlos de Souza Abrahão. Das 6.338 contribuições recebidas através de consulta pública, 12% vieram de prestadores de serviços e outras 9%, das operadoras.

Os 66% restantes vieram de sugestões de consumidores. Entre as novidades do novo Rol de Procedimentos estão implantes de próteses auditivas mais sofisticadas, medicamento para o combate ao câncer de próstata e a adoção de novas tecnologias para prevenção de mortes súbitas e perdas de consciência. Além de inclusões, a ANS ampliou o uso de outros procedimentos já ofertados no rol da agência, como o aumento do numero de sessões com fonoaudiólogo, nutricionistas e pscioterapeutas.
Fonte: DCI




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