relatório final da CPI das Próteses na Câmara pede o indiciamento de médicos e a investigação de 15 empresas. No início do ano, o Fantástico denunciou a indicação desnecessária de implantes de próteses pelo SUS.
O relatório com mais de 200 páginas pede o indiciamento de dez pessoas, acusadas de envolvimento no uso e comercialização irregular de próteses e órteses.
Cinco aparecem numa série de reportagens do Fantástico sobre a Máfia das Próteses. Os médicos Fernando Sanchis, Gerson e Zandonai Miranda e Vágner Ferreira e o ex-assessor da diretoria regional dos Correios do Rio de Janeiro, João Maurício da Silva. Eles podem ser indiciados por crimes como estelionato, falsificação de documento e associação criminosa.
O relator também propôs projetos de lei como o que torna crime exigir, pagar ou aceitar dinheiro para vender ou orientar o uso de uma prótese específica.
O relatório também recomenda que o Ministério Público e a Polícia Federal continuem investigando e apontem responsabilidades de 15 empresas. Elas podem estar diretamente envolvidas no esquema.
Dessas, dez aparecem nas reportagens do Fantástico: Totalmedic, Oscar Iskin, Life X, Orcimed, IOL, Brumed, Strehl, Intelimed, Biotronik e Signus.
“Hoje aqui indiciamos aqueles realmente culpados. Pedimos ao Ministério Público e a Polícia Federal que realmente investigue os outros, não escondendo nada de ninguém, mostrando a verdade e a transparência, que é isso que o povo brasileiro merece”, declarou deputado André Fufuca, PEN/MA, relator da CPI.
Depois da apresentação, dez deputados pediram vistas do relatório. A votação ficou para a semana que vem.
João Maurício da Silva negou a acusação de estelionato. E disse que colaborou com as investigações na delação premiada. Os irmãos Gerson e Zandonai Miranda afirmaram que as conclusões da CPI são precipitadas e injustas e que vão provar a inocência.
A Total Medic, a Orcimed, a Biotronic e IOL declararam que vão continuar colaborando com as investigações.
A Oscar Iskin, a Signus do Brasil e a Intelimed negaram participação nas ações investigadas na CPI e afirmaram que possuem código de conduta rígido.
A Brumed não quis se manifestar. Nós não localizamos os médicos Fernando Sanchis e Vágner Ferreira e as empresas Strehel e Life X.