Fonte: Folha de S. Paulo - 25/10/2015
Por Joana Cunha
Operadoras de planos de saúde evitam dar detalhes sobre as movimentações decorrentes da crise econômica na demanda do setor, mas admitem que há maior interesse de seus clientes empresariais por custos menores.
Jorge Pinheiro, presidente do Hapvida, uma das maiores do Norte e do Nordeste em número de clientes, atribui seu crescimento à oferta de produtos com preços mais atraentes. Sua operadora é uma das que registrou maior adesão de usuários no primeiro semestre.
A Amil diz que as empresas estão solicitando "cada vez mais soluções que possibilitem redução do custo, para que possam continuar a oferecer assistência médica aos funcionários".
Rosana Custodio, diretora de benefícios da Arbos Corretora de Seguros, conta que entre seus clientes houve empresas que chegaram a cogitar possibilidades mais drásticas, como a retirada completa da assistência médica dos funcionários.
Segundo a ANS, o empregador não é obrigado a oferecer plano de saúde a seus funcionários. Custódio, porém não recomenda a suspensão total. "Existem limitações contratuais, e o profissional pode entrar com liminar contra a empresa. É provável que ganhe, especialmente se estiver em tratamento."
A SulAmérica afirma que, na fatia de clientes empresariais, há "casos pontuais" de negociações para implementar modelos como a coparticipação. "No atual cenário econômico, esse modelo é apontado pelo setor de saúde suplementar como o mais efetivo para as empresas", diz a companhia em nota.
Os planos com coparticipação do trabalhador no pagamento de consultas, exames e alguns procedimentos, segundo a Amil, têm sido uma solução cada vez mais solicitada. No modelo, a redução do custo total pode variar de 8% a 12%, conforme a Amil.
Marcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde, nega mudanças em sua carteira de clientes. A FenaSaúde, que representa grandes grupos de operadoras de planos privados de assistência, não quis se manifestar.