Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um relatório que tangibiliza de forma preocupante a delicada situação da saúde do País no que diz respeito à falsificação de medicamentos. Segundo a OMS, 19% dos remédios comercializados no Brasil são ilegais. De cada lote de 100 medicamentos, 20 são falsos. No mundo todo não é diferente, já que circulam mais de 500 versões de produtos farmacêuticos falsificados.
O assunto foi reportagem de diversos veículos do meio, como a da revista Época – “O mercado cruel dos remédios falsos”-, e jogou luz para a principal discussão que pode mover para a solução. Além da preocupação com o crime em si, é preciso ter ciência de que esses produtos deixam de ter valor terapêutico ou eficácia, ou ainda podem ter efeitos adversos que comprometem a segurança do paciente. Não à toa, estima-se que em 2014 a pirataria neste segmento tenha matado cerca de 700 mil pessoas no mundo.
Frente a este grave caso de polícia, bem sabemos como é possível contar com a ajuda da rastreabilidade, para a qual a ANVISA já criou RDC 54 (11/12/2013), que prevê a implantação do sistema nacional de controle e rastreamento de medicamentos. A questão é fazê-la valer, já que há uma pressão do mercado para adiá-la em mais 10 anos, por falta de capacitação para atender as suas exigências.
O fato é que falta interesse e compromisso em atender a norma, que é extremamente viável de se colocar em prática. Já possuímos no País alta tecnologia, serviços e cases que comprovam a eficácia desta atividade ao permitir o cruzamento das informações do produto com paciente e até mesmo com o profissional que o administra, em caso de internações.
Será preciso quantas pesquisas e reportagens para que possamos mudar este cenário?
Mayuli Fonseca, diretora de novos negócios da UniHealth Logística Hospitalar