Adoção de programas de prevenção desde a infância é uma das maiores aliadas dos planos de saúde
21/10/2015

Antonio Jorge Kropf, Diretor Institucional da Amil:

Antonio Jorge Kropf

Adoção de programas de prevenção desde a infância é uma das maiores aliadas dos planos de saúde

Em seus mais de vinte anos como executivo da Amil, Antonio Jorge Kropf recorda-se de quando era diretor técnico, nos anos 90. Nesta época, a operadora trazia para debate interno proposta para lançamento de seus primeiros programas de prevenção. Kropf disse se lembrar também das discussões provocadas pela ideia: vale a pena investir em uma população que substitui o plano de saúde com grande frequência porque muda de empresa ou porque a empresa muda de operadora? Qual será o retorno sobre esse investimento? “Naquele momento, nossa decisão foi fazer o que era certo. Se os resultados viessem, seria ótimo, se não viessem, pelo menos tínhamos tentado”.

Hoje a Amil atende seis milhões de beneficiários e, há mais de um ano, lançou o movimento Obesidade Infantil NÃO, que tem como proposta ampliar a conscientização das pessoas sobre a epidemia da doença no país. Hoje, segundo dados do Ministério da Saúde, uma em cada três crianças brasileiras está acima do peso, população que apresenta alta probabilidade de desenvolver uma série de enfermidades associadas na fase adulta.

Lançado recentemente, o vídeo “Desenhos da Verdade” faz parte das ações do movimento Obesidade Infantil NÃO e mostra crianças por volta de seis anos de idade desenhando o que mais gostam de comer. Pizza, sorvete, cachorro-quente e comidas industrializadas foram retratadas por elas como alimentação favorita. Quando lhes pediram para que desenhassem alimentos como beterraba, abobrinha, couve-flor e rúcula, quase todas as crianças não souberam ilustrá-los. No vídeo, a nutricionista Ana Maria Roma alerta para o fato de a obesidade infantil ser um problema de saúde pública e destaca a necessidade da atenção das famílias quanto ao que oferecem à mesa.

Com estimativa de mais de 106 milhões de pessoas impactadas, o objetivo da campanha é aquecer o debate sobre a responsabilidade dos pais na formação dos hábitos alimentares dos filhos, além de convidá-los a conhecer mais profundamente a questão.

A Amil, nesses últimos dois anos, tem investido em comunicação para conscientizar o público sobre a urgência de debater e esclarecer o tema. Nas rádios lançou programas com dicas da chefe de cozinha Bela Gil sobre alimentação saudável, entrevistas com nutricionistas, médicos, educadores físicos e outros profissionais de saúde. O projeto contemplou também palestras para 800 crianças em oito escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Para motivar o debate em grande escala, a Amil também lançou uma petição online para colher assinaturas em favor da criação do Dia Nacional de Combate à Obesidade Infantil, que já conta com mais de 12 mil adesões.

A campanha também promoveu oficinas de educação alimentar para 320 alunos de cinco a oito anos da Escola Municipal Lions, no município de Duque de Caxias (RJ). Em parceria com o sistema Firjan e com a Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias, o projeto realizou apresentação de alimentos, o preparo de pratos e a degustação de receitas saudáveis. A ação também envolveu as famílias das crianças, que participaram de palestra sobre como melhorar a alimentação em casa.

Kropf avalia que a falta de orientação e o desconhecimento da população quanto à prevenção e manutenção de bons hábitos alimentares se configuram hoje uma das ameaças aos planos de saúde. Questionado sobre o que deve ser feito diante do atual cenário, o diretor da Amil defende cuidados desde a infância. “Tudo começa com a educação”. Outra batalha, segundo ele, é motivar o adolescente a optar por uma vida saudável. “Temos de trabalhar nesse sentido, porque é fundamental que os jovens sejam estimulados e orientados a adotar hábitos saudáveis o quanto antes”.

Devido ao risco aumentado para o desenvolvimento de doenças crônicas entre os idosos é muito comum que os planos de saúde lancem programas de prevenção focados em beneficiários acima dos 60 anos, pois nesta fase da vida há probabilidade de a pessoa desenvolver de três a cinco situações de risco para essas doenças. “Os desafios da prevenção, em várias fases da vida, da infância à terceira idade, são constantes e temos que aproveitar as oportunidades. Na Amil gostamos de inverter o foco, quanto mais cedo começar a prevenção, melhor”, diz Kropf.

A falta de prevenção de hoje armar uma bomba para o futuro, quando o número de doentes crônicos explodirá. Como executivo à frente de uma das maiores operadoras de saúde do Brasil, Antonio Jorge Kropf aposta que a tecnologia tende a se revelar como uma aliada dos programas de prevenção voltados aos mais jovens. Segundo ele, celulares, aplicativos e redes sociais podem se transformar em ferramentas em prol das operadoras. “Utilizando a tecnologia podemos estimular o jovem a manter hábitos de vida mais saudáveis. Teremos de pensar sobre técnicas de convencimento para cada faixa etária. É muito fácil eu convencer um idoso que acaba de enfartar de que ele tem de parar de fumar. Mas convencer o jovem requer estratégia. É necessário usar todos os recursos da educação, da motivação e da comunicação”.

Assista aqui “Desenhos da Verdade”:





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