Antes de fazer contrato, clientes vão ter mais detalhes sobre operadoras recordistas em queixas. No ano passado foram quase cem mil reclamações.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) criou novos índices para ajudar na escolha de planos de saúde. No ano passado foram quase cem mil reclamações. Agora, antes de fazer um contrato, os clientes terão mais detalhes sobre as operadoras recordistas em queixas.
Como você se sentiria se estivesse pagando mais de R$ 600 por mês por um plano de saúde e não conseguisse ter os serviços prometidos? “Revoltada, eu me sinto lesada por ter o plano e não conseguir utilizar”, reclama a empresária Daniella Campos.
Daniella já mudou de operadora três vezes. Está em um novo plano há cinco meses. Desde então, tenta agendar consultas com quatro médicos de especialidades diferentes para ela, para o marido e para a filha. Ninguém conseguiu ser atendido ainda.
“Você marca, só tem para novembro, dezembro, e você não consegue agendar. Fora inúmeras outras como você chegar no ginecologista e ela dizer: ‘você está grávida há quantas semanas? Não, não posso te atender hoje porque você não está grávida, hoje é dia só de gestante’”, conta Daniella.
A Daniela conta que fez uma pesquisa antes de escolher um plano de saúde. Mas, como muitos consumidores, não consultou os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que regula as empresas do setor.
E agora novas informações estão disponíveis, como os motivos das reclamações e o número de queixas que viraram em processos na Justiça.
Desde 2007, o número de reclamações cresceu bastante. Em 2014, teve uma pequena queda.
De janeiro a agosto deste ano, a agência recebeu mais de 55 mil reclamações. Mais de 1 mil resultaram em abertura de processos administrativos.
A expectativa é de que mais usuários usem as novas informações. “Aumentando o seu poder de escolha, aumentando a sua capacidade de comparar o comportamento das empresas, ele possa de fato induzir uma mudança de comportamento positiva dos planos de saúde, no sentido de solucionar as reclamações que chegam até a agência”, ressalta a diretora-adjunta de desenvolvimento da ANS, Michelle Mello.
Fonte: Bom dia Brasil – 06.10.2015