Nas últimas duas semanas pudemos verificar a diferença da avaliação da saúde suplementar, segundo a visão da ANS, em relação ao que sente a população segundo pesquisa Datafolha divulgada no dia 1/10/2015.
A ANS divulgou o Relatório do Programa de Qualificação das Operadoras que formaliza o cálculo e evolução do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS). Segundo este relatório 77,67 % das operadoras estão avaliadas nas duas maiores faixas da escala de avaliação, e que houve aumento geral na avaliação nos últimos anos, chegando a um aumento de quase 100 % nas operadoras da faixa melhor avaliada entre 2011 e 2014.
Já a pesquisa Datafolha, que não é baseada em cálculos tecnocratas, mas sim na opinião dos usuários de planos de saúde, revela que 84% das pessoas que utilizaram os serviços dos planos de saúde no estado de São Paulo nos últimos dois anos relataram ter enfrentado algum tipo de problema.
A pesquisa revela também que 20% dos usuários da rede privada recorreram ao SUS devido à falta de opções de atendimento dos planos. Conhecemos bem a diferença de padrão de atendimento SUS em relação à Saúde Suplementar. Um beneficiário de plano de saúde recorre à rede do SUS somente em casos de extrema desassistência.
Naturalmente tendo a acreditar na pesquisa que mede a satisfação das pessoas que pagam pelos serviços das operadoras e não recebem o que esperam, até porque como beneficiário de plano de saúde, pessoalmente testemunho piora significativa a cada ano, especialmente nos últimos anos – um preço absurdo por um serviço cada vez pior.
Defendo que a ANS deve abandonar o IDSS – tenho diversos motivos para isso:
Note-se que a lista de 2014 não apresenta o cálculo do IDSS para a Unimed Paulistana – não faz sentido retirar esta operadora uma vez que ela ainda existe. Se o IDSS fosse consistente não haveria problema nenhum em justificar o eventual valor maior do IDSS desta operadora em relação as operadoras que não faliram.
Já faz algum tempo que critico o foco da ANS. O que ela faz, segundo o foco que auto atribuiu, faz bem feito – mas não é isso que o mercado necessita. Tanto é verdade que se o IDSS fosse um índice realmente prático, a ANS deveria estar tomando providencias em relação às operadoras mal avaliadas por este critério para impedir que seus beneficiários não passem pelo que os beneficiários da Unimed Paulistana estão passando neste momento !