Nos últimos anos muito se ouviu falar a respeito de P4P – Pay for Performance (ou Pagamento por Performance), a adoção de tal sistema em outros países é cada vez mais comum e em breve o Brasil precisará repensar seu modelo atual de remuneração de médicos para reduzir os custos de saúde, porém você já pensou como também seria possível trabalharmos com um conceito parecido focado nos pacientes? Como? Fornecendo descontos para pacientes que demonstrem ter hábitos de vida saudáveis e que sigam corretamente os tratamentos médicos prescritos? É o que eu chamo de I4P – Incentives for Patients, ou seja, incentivos para que os pacientes se mantenham saudáveis.
Assim como o P4P, essa também é uma excelente forma de melhorar a qualidade da saúde e reduzir custos para os provedores de saúde, visto que é consenso que pacientes mais saudáveis e conscientes sobre seus tratamentos tendem a ter menos complicações de saúde e, por isso, acabam reduzindo a incidência de hospitalizações e cirurgias no médio e longo prazo.
Mas afinal, como realmente aplicar esse conceito na prática? Como mensurar hábitos saudáveis e tratamentos médicos seguidos corretamente? Bem pessoal, é nesse ponto que as Startups entram para preencher essa lacuna.
Em relação a esse ponto, os Planos de Saúde tem um grande aliado, os wearables, já que por esses dispositivos é possível monitorar diversos dados dos usuários, como por exemplo, a quantidade e intensidade das atividades físicas que praticam diariamente. E a dúvida é, será que é possível trazer tais wearables para a realidade dos planos? Para a startup americana Oscar Health (uma startup que busca criar um novo conceito em planos de saúde e que já captou US$ 295 bilhões de dólares em investimento) a resposta é um grande SIM! Os clientes da Oscar recebem um wearable Misfit Flash gratuitamente e podem receber de volta até US$ 240 dólares por ano apenas se mantendo ativos.
Legal, vimos que quando se trata de acompanhar hábitos de vida saudáveis, em especial os exercícios físicos regularmente, isso já é possível através dos wearables, mas e quando se fala em tratamentos médicos, como por exemplo acompanhar se pacientes estão ou não tomando as medicações no momento certo, será que temos uma solução para isso? E a resposta é…. SIM também!
Lá fora existem empresas como o Patient IO, que desenvolvem planos de tratamento para serem acompanhados via Apps no celular de cada paciente.
No Brasil inovações como essa também estão surgindo para ajudar os planos de saúde e o próprio governo na melhoria da adesão medicamentosa. Um desses casos é o Dr. CUCO, plataforma que se integra aos softwares de Prontuário Eletrônico presentes no mercado e envia a prescrição realizada pelo médico diretamente no App Dr. CUCO instalado no celular do paciente.
Além disso, a prescrição é convertida de maneira automática em lembretes de medicamentos, lembrando o paciente do momento correto de tomar cada um dos medicamentos e notificando familiares caso o paciente interrompa ou esqueça de tomar a medicação.
Soluções como essas permitem que médicos e planos de saúde tenham acesso à informações em tempo real sobre a adesão ao tratamento dos pacientes, onde além de aumentar o engajamento, também possibilitam identificar perfis de risco, facilitando que planos tenham a oportunidade de trabalhar a prevenção antes que, por exemplo, uma doença se agrave.
No futuro, para comprovar que pacientes efetivamente tomem seus medicamentos, biosensores serão acoplados em cada medicação e enviarão notificações para tais Apps quando o paciente ingerir a medicação. Nos Estados Unidos, a empresa Proteus já possui uma tecnologia aprovada pela FDA e começando a ser usada em medicamentos.
No futuro da Saúde, médicos e pacientes serão fundamentais para trazer mais qualidade e eficiência na saúde. Sendo assim, soluções como Pagamento por Performance para Médicos e Incentivos para Pacientes estarão presentes nos Planos de Saúde do Futuro.