A adoção da tecnologia de gêmeos digitais na medicina pode ajudar pesquisadores a prever resultados de tratamento, testar a eficácia de medicamentos, planejar processos cirúrgicos e muito mais.

Nós temos visto ultimamente uma crescente adesão de tecnologias para as mais diversas finalidades no setor da saúde, como o blockchain, telemedicina, Realidade Virtual (RV), Realidade Aumentada (AR), Realidade Mista (RM), Inteligência Artificial (IA) e muitas outras.

Como resultado, essas tecnologias geram um impacto positivo no setor, criando oportunidades para otimizar tempo, reduzir custos, personalizar a jornada do paciente e melhorar a capacidade de cuidado das instituições.

E com os gêmeos digitais na saúde os benefícios tendem a ser ainda maiores, visto que eles podem até auxiliar em ensaios clínicos e ajudar a revolucionar a pesquisa médica.

Sendo assim, vamos entender mais sobre essa tendência e como ela pode aumentar a precisão dos resultados de testes clínicos e procedimentos médicos, acompanhe.

O que são gêmeos digitais?

Os gêmeos digitais referem-se a uma imagem projetada em um computador representando as características de uma pessoa, objeto ou processo, em um ambiente virtual. 

De acordo com a definição do Digital Twin Consortium: “um gêmeo digital é uma representação virtual de entidades e processos reais […]”. Assim, os gêmeos digitais replicam algo real, que funciona em paralelo com o original, no mundo virtual.

Nós estamos falando de um velho conceito da engenharia para criar universos paralelos de testagem. Segundo o site Saúde Business: “Como ‘réplica digital’ de algo do mundo físico, os gêmeos digitais só passaram a ser viáveis devido aos avanços da sensorização (IoT) e das ferramentas de inteligência artificial. Elas captam elementos do mundo físico e os enviam para serem replicados em ativos virtuais.”

Assim, essa tecnologia, bastante usada na manufatura e outras indústrias, tornou-se útil para a medicina, a fim simular possíveis tratamentos e interações com medicamentos e doenças.

Hoje, já há casos em que, usando os gêmeos digitais, médicos começaram a criar e usar modelos 3D de órgãos e partes do corpo para ajudar a planejar uma cirurgia antes dela ocorrer.

Além disso, há alguns meses pesquisadores da Universidade da Virgínia e da Universidade do Texas, pesquisam com afinco o potencial desta tecnologia para o setor, e acreditam que ela pode revolucionar a pesquisa médica e identificar os tratamentos mais adequados para cada paciente.

Quais os benefícios dos gêmeos digitais?

Os gêmeos digitais na saúde podem:

1. Prever resultados para procedimentos específicos, por meio de simulações.
2. Oferecer suporte a avaliações terapêuticas e diagnósticos, conforme a individualidade de cada paciente, reduzindo erros médicos.
3. Ser usado em hospitais para simular fluxos de processos, ajudando a detectar possíveis erros, anomalias ou inconsistências no sistema existente.
4. Alimentar em tempo real o gêmeo digital com dados clínicos que detectam sintomas ou estágios iniciais de doenças. 
5. Melhorar o desempenho do medical devices, através de simulações em diferentes condições e em diferentes pacientes.
6. Receber sinais vitais do gêmeo digital, condições médicas, resposta a medicamentos e muitos outros dados que vão compor o quadro de diagnóstico do paciente, sem precisar de qualquer contato ou consulta médica com o paciente.
7. Dar suporte a residentes médicos, que poderão entender a anatomia do corpo humano e diferenças fisiológicas de um paciente para outro.

A sua instituição está no rumo certo?

Segundo pesquisa da Accenture em junho de 2021, 66% dos executivos da área de saúde nos EUA esperam que os investimentos em gêmeos digitais aumentem substancialmente nos próximos três anos. Sendo que 25% deles relataram que as suas instituições já estão experimentando esta tecnologia.

Entretanto, ainda é preciso pensar em questões como regulações e até legislações específicas para aplicação desta tecnologia no setor. E ainda, é preciso analisar toda infraestrutura necessária para comportar uma tecnologia como essa, e como a sua instituição poderá se adaptar a ela.

Seja como for, o futuro da saúde será digital, na verdade, esta já é uma realidade para nós. E quem não está se moldando a ela, está ficando para trás, e dentro de pouco anos será engolido pelas inovações da saúde 5.0.

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