Discussões sobre uma mudança disruptiva no sistema de saúde não é novidade em nenhum País, mas uma série de desafios, como o crescimento dos custos, maior incidência de doenças crônicas e aumento das exigências por parte do paciente, têm acelerado a movimentação em direção a um novo modelo de negócio no setor.
“Nos Estados Unidos, a transformação está sendo pautada há 30 anos, mas quem está dentro do sistema percebe que só está acontecendo agora. Todos estão se reestruturando, operadoras e hospitais”, diz Chris Coburn, vice-presidente de inovação da Partners HealthCare.
A entidade sem fins lucrativos congrega hospitais comunitários, uma rede de médicos, centros de saúde, home care, e uma Managed Care Organization (MCO), organização de assistência gerenciada que combina seguro com entrega de saúde, com foco na eficiência operacional. A proposta é enfrentar problemas específicos como demora na espera para marcar consultas rápidas, aumento da incidência de doenças crônicas e necessidade de monitoramento intensivo de pacientes de risco.
Para isso, investe em programas de gestão de saúde populacional e técnicas de cuidado remoto. Também estabelece parcerias para atender 570 mil pessoas por meio de Accountable Care Organizations (ACO), entidades formadas por um ou mais profissionais de saúde que trabalham com diferentes tipos de pagamento além do fee-for-service, e utilizam indicadores de qualidade e de redução de custos.
Um ponto sensível de atuação no país envolve um termo conhecido como “regra dos três dias” do Medicare, o sistema de saúde gerido pelo governo. Ele prevê que pacientes internados em entidades com atendimento especializado de enfermeiras, as chamadas skilled nursing facilities (SNF), só recebam cobertura do plano caso fiquem no local por mais de três dias consecutivos, o que aumenta o tempo médio de estadia.
Como solução, a Partners HealthCare estendeu a atuação das ACOs, que não estão sujeitas à regra, para atender os mesmos pacientes e formou uma rede das 61 SNFs com melhor qualidade de serviço e infraestrutura na região, que passaram a ser priorizadas nos atendimentos. Em um ano, o tempo médio de estadia caiu 14%.
Para capacitar essa e outras iniciativas que fazem o setor evoluir, a tecnologia tem papel fundamental. “Quando falamos sobre transformação nos EUA, a TI está muito envolvida. Hoje, são vários sistemas que estão sendo agregados. No futuro, todos os dados vão ser apresentados de forma fluida e integrada”, defende Coburn.
Como aposta para esse futuro, a empresa busca intensificar sua cultura de inovação. Responsável por 600 invenções, sendo 225 patenteadas por ano nos EUA, a Partners Healthcare dedica 1,5 bilhão por ano em pesquisa, o que impulsiona o crescimento da receita: em 2014, o faturamento foi de US$ 9 bilhões.
*Carlos Oliveira, redator da Integrare – Marketing de Conteúdo 360º, especial para o Saúde Business
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