A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou no dia 25 de novembro a aprovação de uma nova indicação para o medicamento trastuzumabe deruxtecana. A terapia agora pode ser utilizada no tratamento de tumores sólidos do subtipo HER2+ (IHC 3+) em estágio metastático ou irressecáveis. Destinada a pacientes que já passaram por tratamentos prévios ou que não possuem outras opções terapêuticas, essa inovação representa uma esperança renovada para pessoas com cânceres associados a um prognóstico desfavorável devido à alta expressão da proteína HER2, frequentemente ligada à progressão da doença.
A aprovação no Brasil foi fundamentada em resultados dos estudos Destiny Pan Tumor 02, Destiny Lung 01 e Destiny CRC02, que avaliaram o impacto do medicamento em adultos com diversos tipos de câncer metastático ou irressecável, incluindo tumores gastrointestinais, geniturinários e ginecológicos. Os destaques incluem a sobrevida livre de progressão (SLP) de 11,9 meses e a sobrevida global de 21,1 meses em pacientes com tumores HER2+. Esses resultados demonstram a eficácia da terapia mesmo em casos onde os tumores não responderam ao tratamento padrão.
“Até então, os pacientes com cânceres sólidos HER2+ enfrentavam opções terapêuticas limitadas e não tinham suas necessidades plenamente atendidas. Essa aprovação eleva o padrão de cuidado, oferecendo uma solução segura e eficaz para diversos tipos de tumores sólidos, ao atacar diretamente a superexpressão de HER2+,” destacou Gabriela Prior, diretora médica da Daiichi Sankyo Brasil. Ela acrescentou que a inovação reflete um compromisso contínuo com a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
A Daiichi Sankyo, em parceria com a AstraZeneca, vem investindo em estudos multitumorais, também conhecidos como pan-tumor, para explorar o potencial de novas terapias em diferentes tipos de câncer. Essa abordagem permitiu que o trastuzumabe deruxtecana ampliasse suas indicações no Brasil, onde já é aprovado para:
O medicamento pertence à classe dos conjugados anticorpo-droga (ADC, antibody-drug conjugate), que combinam anticorpos direcionados à proteína HER2 com quimioterápicos. Essa tecnologia entrega o tratamento diretamente às células tumorais HER2+, minimizando danos às células saudáveis e reduzindo os efeitos adversos sistêmicos em comparação com a quimioterapia convencional.
“Essa aprovação amplia o acesso a uma terapia-alvo capaz de redefinir o curso de algumas doenças. A eficácia em múltiplos tipos tumorais reforça o papel do HER2 como um biomarcador acionável”, afirmou Karina Fontão, diretora médica executiva da AstraZeneca Brasil.
Com essa nova indicação, trastuzumabe deruxtecana consolida-se como um marco no tratamento oncológico, trazendo benefícios significativos para pacientes com tumores sólidos HER2+.