Foco no paciente: como clínicas podem melhorar a eficiência operacional
04/11/2024

Em um setor tão desafiador e dinâmico como o da saúde, a eficiência operacional tem se tornado um diferencial competitivo cada vez mais importante para a sustentabilidade das instituições. De acordo com dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), os custos operacionais cresceram cerca de 8% só este ano, pressionando as clínicas a buscarem soluções que otimizem seus processos internos para evitar desperdícios.

Um estudo da Deloitte mostrou, ainda, que as clínicas e hospitais que investem na organização e otimização de seus processos internos conseguem reduzir em até 15% seus custos anuais e aumentar significativamente a satisfação dos pacientes, especialmente ao reduzir o tempo de espera e melhorar a fluidez do atendimento. Por isso, um planejamento adequado deve não apenas promover a eficiência operacional, mas assegurar que a qualidade do atendimento ao paciente seja mantida como prioridade.
 

Segundo Éber Feltrim, CEO da SIS Consultoria, uma das principais ferramentas para melhorar a eficiência e qualidade nas clínicas é o mapeamento de processos. “O mapeamento de processos permite identificar gargalos, duplicidade de tarefas e atividades que não agregam valor. A partir disso, é possível reorganizar o fluxo de trabalho para garantir mais agilidade e eficiência no atendimento”, explica o especialista em gestão na área da saúde.

Implementando metodologias ágeis e novas tecnologias

Ao mapear processos, a gestão pode obter uma visão clara de como as atividades diárias estão sendo realizadas e, assim, detectar oportunidades de melhoria, encurtando processos e tornando a rotina das equipes mais produtiva. “A metodologia ágil na gestão hospitalar não só acelera o agendamento, o atendimento ao paciente e a liberação de exames, como ajudam a reduzir erros ao criar protocolos mais claros para as equipes”, completa Feltrim.
 

Outra ferramenta indispensável para essa otimização é a implementação de softwares de gestão específicos para clínicas e hospitais. A adoção de sistemas de gestão integrados com inteligência artificial pode aumentar a produtividade em até 25%, automatizando tarefas corriqueiras e melhorando o controle dos recursos financeiros, materiais e humanos, de acordo com o estudo da Deloitte. “Quando implementado e treinado entre os profissionais por consultorias especializadas, as plataformas de automação transformam o atendimento ao paciente trazendo precisão, rapidez e segurança”, afirma o especialista.

Para Feltrim, o uso da tecnologia vai além de facilitar a rotina administrativa. “Os sistemas de gestão podem integrar o agendamento de consultas, prontuários eletrônicos e o controle de estoque de medicamentos, por exemplo, reduzindo o tempo de espera dos pacientes e contribuindo para uma experiência de atendimento mais fluida e satisfatória”, destaca.

Revisando normas e rotinas continuamente

A eficiência operacional das clínicas de saúde também depende de uma constante revisão das normas e rotinas aplicadas no dia a dia. Essa prática permite identificar áreas que precisam ser ajustadas conforme novas necessidades surgem. “A revisão contínua das rotinas operacionais é fundamental para garantir que a clínica esteja sempre alinhada às melhores práticas de gestão e aos padrões de qualidade”, explica Feltrim.

Revisar normas periodicamente permite que as clínicas se adaptem rapidamente às mudanças do setor, como novas regulamentações, tecnologias emergentes ou demandas dos pacientes. “De tempos em tempos, é recomendado ajustar protocolos de atendimento com foco na melhora da produtividade, sempre colocando o paciente como prioridade”, ressalta o CEO da SIS Consultoria.

Esse nível de organização não apenas resulta em economia, mas também gera um impacto direto na qualidade do atendimento prestado. Processos mais ágeis e integrados, além de reduzirem tempo de espera e otimizarem o uso de recursos, melhoram a comunicação entre profissionais de diferentes especialidades, o que beneficia o prognóstico dos pacientes. “O paciente valoriza esse nível de atenção. Quando você organiza os processos internos e garante o alinhamento das equipes, a mudança na qualidade é imediata”, afirma Feltrim.





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