Dedicando-se seus últimos 12 anos de trabalho à área de compliance, ética e integridade corporativa, o consultor Fernando Palma afirmou que o aperfeiçoamento das leis contra a corrupção, um fenômeno mundial, afetará mais duramente as empresas que insistam em não estruturar um programa de conpliance sério e confiável.
No Brasil, ele identifica três comportamentos distintos após a vigência da Lei Anticorrupção. O grupo que continua refratário à adoção de boas práticas; os que estruturam programas de fachada; e aqueles que miram a excelência em termos de compliance. Ou seja, programas que possam prevenir, detectar e responder aos riscos de fraudes.
A seu ver, os dois primeiros grupos correm enorme risco de reputação, ainda mais porque os órgãos de fiscalização estão mais bem preparados para identificar e punir os chamados crimes de colarinho branco.
Nos Estados Unidos, exemplificou, há 74 empresas atualmente em investigação pelo Departamento de Justiça e SEC, o órgão equivalente à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) brasileira. Em agosto, apenas a Polícia Federal realizou sete grandes operações envolvendo casos de corrupção. Sem falar o emblemático caso Lava-Jato, que já levou dezenas de pessoas para a cadeia e envolveu numerosas e tradicionais empresas no maior escândalo de corrupção conhecido no Brasil.
Fernando Palma proferiu a palestra “Ética e Governança- impactos no Risco de Reputação”, incluída na programação do Seminário de Controles Internos & Compliance. O especialista deixou claro que, além de programas de compliance, todos os atores sociais precisam rever atitudes, adotando postura ética no seu dia a dia, porque aceitar essas pequenas corrupções (como subornar o guarda, ter carteira falsa de estudante, sinal de tevê a cabo pirata, sonegar imposto) legitima aceitar grandes corrupções.