O mercado de seguro garantia deve crescer 16% este ano graças à 11ª rodada de licitação de petróleo e gás da Agência Nacional de Petróleo (ANP), à rodada de licitação dos blocos do pré-sal e à perspectiva de retomada das obras públicas, que desaceleraram no ano passado. A projeção é que esse segmento movimente R$ 915 milhões em prêmios (valor pago pela cobertura do seguro) em 2013, segundo executivos do setor que se reuniram ontem em evento no Rio de Janeiro.
O seguro garantia cobre a entrega de obras e serviços conforme o contrato. No ano passado, devido ao atraso na licitação e liberação de obras públicas, esse mercado registou queda de receitas de 3,5%, para R$ 788,8 milhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
"O mercado andou um pouco de lado, porque houve atrasos em muitas obras públicas", disse Fernando Demier, gerente da corretora Aon. Além da gerar menos negócios, os obras que saíram em anos anteriores registraram atrasos de cronograma, o que ocasionou o acionamento do seguro. Com isso, o volume de indenizações pagas aumentou.
Segundo números da Susep, o volume de indenizações pagas (sinistros) em seguro garantia no ano passado somou R$ 499,2 milhões, alta de 379% na comparação com 2011. Só no setor público a alta foi de 991%, para R$ 421,1 milhões. "As perspectivas são melhores em 2013 por conta da 11ª rodada da ANP e por ser ano pré-eleitoral, que deve significar aceleração das grandes obras", avalia Demier.
Segundo o executivo, o aumento dos sinistros no setor público no ano passado também pode ser atribuído ao fortalecimento dos órgãos reguladores, que estão sendo mais rígidos em relação ao cumprimento dos prazos das obras públicas.
Na última rodada de licitações promovida pela ANP, em 2008, 56% das empresas que realizaram ofertas pelos blocos exploratórios adotaram seguro garantia em vez da fiança bancária, opção também autorizada pela ANP. A Aon prevê que esse percentual suba para 70% este ano. "O mercado segurador brasileiro aumentou muito sua capacidade desde 2008", disse Paulo Niemeyer, diretor de óleo e gás da corretora.
O grupo EBX deverá participar do leilão por meio de seu braço de óleo e gás, a OGX, explicou o gerente de riscos da empresa, Leonardo Baeta. "O seguro garantia será a melhor opção, devido aos custos menores", disse, salientando que o produto também tem a vantagem de não comprometer a linha de crédito da empresa, como é o caso da fiança bancária.
Para a Petrobras, no entanto, o seguro é a segunda opção, sendo a primeira a penhora de bens. "Preferimos ferramentas de garantia sem custos", declarou Ricardo Gama, gerente de gestão de riscos da empresa. "Mas o seguro garantia é mais vantajoso que a fiança", completou. A Petrobras tem R$ 5 bilhões contratados em seguro garantia.
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