Empresas de medicina diagnóstica ampliam inclusão de profissionais 60+
22/10/2024

O envelhecimento populacional no Brasil é uma realidade inegável, com estimativas indicando que, até 2060, 33% da população será composta por idosos (60+), de acordo com o Censo 2022 e projeções do IBGE. Esse cenário traz tanto desafios quanto oportunidades, especialmente para o mercado de trabalho. A inclusão de profissionais com mais de 60 anos está se tornando um ponto central nas práticas de ESG (ambiental, social e governança), considerando os impactos sociais e a sustentabilidade das empresas. 

Diversidade e inclusão no setor de medicina diagnóstica 

Atentas a essa realidade, as empresas de medicina diagnóstica estão cada vez mais focadas em promover diversidade e inclusão, como aponta a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). De acordo com a sexta edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, o número de associadas com políticas formais de diversidade e inclusão cresceu de 17% em 2022 para 50% em 2023. 
 

Em termos de faixa etária, 75% das empresas relataram em 2022 que até 10% de seus colaboradores tinham mais de 50 anos. Em 2023, esse cenário melhorou, com 50% das empresas indicando que entre 11% e 20% de seus funcionários estão nessa faixa etária. Embora ainda haja margem para avanços, esses dados sinalizam uma tendência de maior inclusão de profissionais mais experientes. 

A contribuição dos profissionais 60+ nas empresas de saúde 

Para Regiane Saladino, presidente do laboratório Biofast, associado à Abramed, os profissionais 60+ trazem uma riqueza de conhecimento prático, crucial para decisões críticas e complexas na medicina diagnóstica. “A presença desses colaboradores pode fomentar uma cultura de respeito e aprendizado mútuo, o que é especialmente valioso em um setor onde a qualidade do atendimento e a precisão diagnóstica são fundamentais”, afirma. 
 

Regiane também enfatiza que a inclusão desses profissionais nas empresas de saúde vai além de uma questão de justiça social, representando um importante indicador de diversidade geracional. Segundo ela, essa diversidade é essencial para uma gestão mais abrangente e sensível, especialmente no contexto das boas práticas de Governança Corporativa. 
 

“Com a participação de colaboradores mais experientes nas decisões estratégicas, as empresas podem garantir que suas ações estejam alinhadas com princípios de sustentabilidade e responsabilidade social, criando um ambiente de trabalho mais respeitoso e conectado com os valores da comunidade”, reforça. 
 

Iniciativas e integração com tecnologias 

Para promover a inclusão de profissionais 60+, empresas do setor de medicina diagnóstica têm implementado medidas como a flexibilização de horários e a melhoria na acessibilidade física e tecnológica. “Além disso, programas de treinamento e requalificação ajudam a garantir que esses colaboradores se sintam valorizados e preparados para lidar com inovações tecnológicas, assegurando que suas contribuições sejam plenamente aproveitadas”, acrescenta Regiane. 

No que diz respeito à tecnologia, Regiane defende uma abordagem cooperativa e sensível. Ela destaca a importância de criar um ambiente de aprendizado contínuo, onde os profissionais 60+ possam não só ser treinados, mas também compartilhar suas experiências valiosas. 

“A inclusão deles nas equipes de inovação pode enriquecer o processo, garantindo que as decisões e soluções considerem a sabedoria acumulada ao longo de suas carreiras, especialmente em um setor que lida com questões críticas de saúde e precisão”, complementa. 
 

Regiane também ressalta que o idoso contemporâneo é cada vez mais ativo fisicamente, com elevado grau de funcionalidade e independência. Profissionais acima de 60 anos, da geração baby boomer, são conhecidos por sua busca por estabilidade profissional e por permanecerem por longos períodos em seus empregos. 

“A inclusão dessa geração no mercado de trabalho não apenas traz experiência e comprometimento, mas também é essencial para formar uma força de trabalho mais diversificada, refletindo as necessidades de uma sociedade em constante transformação”, conclui. 

Ao incluir dados sobre diversidade e inclusão em sua publicação anual, a Abramed demonstra seu comprometimento com temas de ESG, reconhecendo a importância desses pilares para o desenvolvimento sustentável e ético do setor. “A longo prazo, a adoção dessas práticas fortalece a resiliência do setor de medicina diagnóstica, ao se alinhar às demandas da sociedade, dos investidores e de um mercado cada vez mais consciente sobre seu impacto social e ambiental”, finaliza Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed. 





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