Conahp 2024 destaca desafios da saúde no Brasil e a importância da transformação digital
18/10/2024

Congresso Nacional de Hospitais Privados – Conahp, promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), deu início à sua edição de 2024 no dia 16 de outubro, no Transamerica Expo Center. 

Este ano, o congresso tem como objetivo contribuir de forma prática para a superação dos desafios do setor. Além de explorar experiências escaláveis e bem-sucedidas, o evento promove debates com nomes importantes da área. 
 

Durante a cerimônia de abertura conduzida por Antônio Britto, diretor executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), a ministra da saúde, Nísia Trindade, destacou os avanços na saúde suplementar no SUS, os impactos do envelhecimento populacional para o sistema de saúde brasileiro, a importância da autonomia técnica das agências reguladoras e a necessidade de fortalecer a regulação do setor. Além de citar a sustentabilidade do setor e a transformação digital como alguns dos pontos fundamentais discutidos pelo Conahp.  

Ministério da Saúde no Conahp 2024 

Em seu discurso, a ministra iniciou evidenciando a importância da colaboração entre os setores público e privado para enfrentar os desafios da saúde no Brasil, frisando a necessidade de uma visão integrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e da saúde suplementar. “O governo federal vê a saúde suplementar como parte essencial do SUS, desempenhando um papel fundamental na construção do nosso futuro”, afirmou. 
 

Outro ponto de destaque foram as mudanças demográficas, especialmente o envelhecimento da população, que trará desafios significativos para o sistema de saúde. “Atualmente, um quinto da nossa população é composta por idosos, e esse número aumentará consideravelmente até 2050. Isso demanda transformações no modelo de cuidado, priorizando a atenção integral e a promoção da saúde", afirmou, enfatizando a necessidade de fortalecer a atenção primária para lidar com essa realidade. 

As mudanças climáticas representam uma preocupação crescente em todos os setores, mas seu impacto na saúde é especialmente significativo e já perceptível. Esse foi um dos temas centrais abordados por Nísia Trindade. “As emergências climáticas serão cada vez mais frequentes e severas, exigindo uma coordenação mais eficaz entre o SUS e o setor privado”, alertou a Ministra, destacando a urgência de preparar o sistema de saúde para enfrentar futuras crises com maior resiliência. 
 

Ela também mencionou o fortalecimento do papel do Ministério da Saúde como coordenador das ações de saúde no país. “Restauramos o papel do Ministério da Saúde como líder na coordenação entre os níveis federal, estadual e municipal, visando uma integração mais eficaz dos serviços e o uso conjunto de tecnologias”, afirmou. 

A Ministra concluiu sua fala destacando a importância da saúde digital e das novas tecnologias para melhorar o acesso à saúde em áreas remotas. “A criação da Secretaria de Saúde Digital é um marco que permitirá a integração de dados e o uso de plataformas digitais para ampliar o acesso à saúde”, concluiu. Em suas palavras finais, ela enfatizou a necessidade de trabalhar em conjunto para garantir um sistema de saúde mais justo e a importância de cuidar dos profissionais de saúde: “Cuidar de quem cuida é fundamental para a qualidade do nosso sistema de saúde”. 

 

ESG como pilar para transformação 

No contexto atual, a agenda ESG tem se mostrado um dos principais pilares para a transformação do setor de saúde. No primeiro dia do Conahp, esse tema ganhou destaque, reforçando a importância de iniciativas que promovam a sustentabilidade e a diversidade nas instituições de saúde. 

Durante o painel moderado por Vania Bezerra, diretora de Compromisso Social no Hospital Sírio-Libanês e colunista do Saúde Business, intitulado “Debates necessários: Ausência de diversidade na saúde”, foi discutida a urgência de ações concretas para combater a falta de representatividade nos cargos de liderança. 

Apesar de as mulheres representarem mais de 70% dos profissionais de saúde, elas ainda são minoria em posições de comando. Vania destacou que não basta reconhecer essa realidade: "Agir é o que vai fazer a diferença", afirmou, enfatizando a necessidade de promover mulheres para cargos de liderança e de influenciar a governança das instituições. 

A mesa de debates também trouxe reflexões sobre como enfrentar os desafios da diversidade de gênero e inclusão. Um dos pontos destacados foi a importância de avaliar os profissionais pela competência e não por suas características pessoais, como exemplificado na fala da Danielle Torres, Partner da Qualidade Global de Auditoria na KPMG, que é uma mulher trans. “O que ela é não interessa; o que importa são as competências que ela tem”, afirmou Vania, reforçando que é preciso quebrar barreiras que ainda limitam o avanço da diversidade. 

Outro tema relevante foi a necessidade de mais mulheres ocuparem assentos nos conselhos de administração das empresas de saúde, o que provocaria uma mudança estrutural de cima para baixo. Segundo Vania, o desafio é claro: "Precisamos começar pela governança para que possamos, então, atingir todas as pessoas." 

Para ela, a realização dessa discussão em um evento de grande porte como o Conahp, que atrai cerca de 9 mil participantes, marca um ponto de inflexão importante para o setor de saúde no Brasil. A expectativa é que, nas próximas edições do congresso, o tema da diversidade continue a ocupar um espaço importante, ampliando o debate e gerando ainda mais impactos positivos no futuro. 
 





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