Utilização de soluções de suporte à decisão clínica cresce 14% em comparação a 2023
04/10/2024

A crescente complexidade do setor de saúde no Brasil exige que os hospitais estejam cada vez mais preparados para enfrentar os desafios do segmento. Com esse objetivo, a ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados) e a Wolters Kluwer Health, líder global provedora de soluções de suporte à decisão e informações baseadas em evidência, acabam de divulgar a segunda edição de sua pesquisa anual, que analisa o estágio atual de maturidade dessas instituições quanto à qualidade do cuidado e à segurança do paciente.

O estudo, que contou com a participação de 90 hospitais associados à ANAHP, examina como a adoção de soluções de suporte à decisão clínica e a implementação de bases de conhecimento baseadas em evidências estão impactando o setor.

De acordo com a Diretora de Estratégia de Mercado e Comercial de Global Growth Markets da Wolters Kluwer, Natália Cabrini, a pesquisa oferece uma visão detalhada das necessidades e desafios do setor, permitindo ao mercado a possibilidade de orientar melhor as ações futuras. “Compreender o nível de maturidade dos hospitais em relação à qualidade do cuidado e à segurança do paciente é fundamental para identificar áreas que necessitam de desenvolvimento e promover a adoção de práticas ainda mais efetivas”, explica.
 

A Medicina Baseada em Evidências como pilar da qualidade do cuidado

Os resultados indicam uma tendência sólida da adoção de soluções avançadas nos hospitais privados do Brasil. Atualmente, 92% das instituições utilizam algum tipo de recurso de suporte à decisão clínica, um aumento de 14% em comparação a 2023, refletindo a importância dessas ferramentas na prática clínica. Além disso, a integração dessas soluções ao fluxo de trabalho, presente em 85% dos hospitais, sugere um avanço em direção a uma medicina mais orientada por dados, com decisões apoiadas em evidências científicas.

Para as instituições participantes, as principais utilidades das ferramentas de suporte à decisão clínica, segundo ordem de importância, são aumentar a segurança do paciente, prevenir eventos adversos e reduzir a variabilidade clínica indesejada.

Outro destaque do estudo é a percepção dos participantes sobre a importância das informações baseadas em evidências. Para quase 50% deles, o acesso a bases de conhecimento clínico fundamentadas em evidências é considerado muito relevante para garantir a segurança do paciente, enquanto 47% avaliam essa questão como extremamente relevante.

No que diz respeito ao uso de soluções de suporte à decisão clínica para elevar a qualidade do cuidado, 53% dos participantes as consideram muito relevantes, enquanto 43% as classificam como extremamente relevantes. “Para todos os respondentes, essas ferramentas são vistas como fundamentais para ajudar as instituições a alcançar melhorias operacionais e reduzir os custos relacionados à assistência médica”, afirma Natália.

Desafios na aliança entre custo e qualidade

O estudo aborda ainda os principais desafios que os hospitais enfrentam na busca por equilibrar custos e manter elevados padrões de qualidade. Nesse sentido, a necessidade de contratar e reter profissionais qualificados é uma das principais preocupações apontadas, em um contexto onde a excelência clínica é cada vez mais exigida.

O levantamento também destaca que, embora 85% das instituições relatem uma receptividade alta ou moderada por parte das equipes clínicas em relação à adoção de novas tecnologias, 90% indicam que o maior desafio está no engajamento das equipes para implementar efetivamente essas inovações.

Outro aspecto relevante é a necessidade de otimizar os recursos disponíveis, visto que o desperdício continua sendo uma preocupação para os gestores hospitalares. “Nota-se que a busca por eficiência operacional é identificada como um fator chave para garantir a sustentabilidade financeira das instituições sem comprometer a qualidade do atendimento”, ressalta Natália.

A segurança do paciente permanece como uma prioridade central para os hospitais privados. No entanto, o estudo revela que ainda há um caminho a ser percorrido para garantir que as práticas mais avançadas sejam efetivamente incorporadas às rotinas clínicas. Os desafios mais mencionados incluem a promoção de uma comunicação clara e consistente entre as equipes, a adesão a protocolos clínicos e a prevenção de eventos adversos.

Chegada de novos profissionais ao mercado

Considerando o aumento significativo no número de escolas de medicina e novos profissionais ingressando no mercado, a pesquisa também explorou os desafios relacionados à inserção de médicos recém-formados no segmento de hospitais privados.

Para 86% dos entrevistados, o principal desafio é conciliar as expectativas dos jovens médicos com a realidade da prática clínica. Outras barreiras incluem o nível de qualidade dos profissionais recém-formados (78%), a necessidade de prover treinamento e suporte adequados para a rápida adaptação ao ambiente institucional (76%) e a dificuldade em encontrar especialistas para suprir a demanda (34%).

Diante disso, Natália realiza uma análise detalhada dos desfechos da pesquisa. “Os resultados são um reflexo claro das tendências e desafios enfrentados pelos hospitais privados no Brasil e demonstram como as ferramentas de suporte à decisão clínica e a medicina baseada em evidências estão sendo integradas ao atendimento, indicando áreas em que ainda há espaço para avanços significativos. E isso é essencial para guiar o planejamento estratégico do setor de saúde”, acrescenta.

O papel da telemedicina na evolução do setor de saúde

A telemedicina, que se destacou como uma solução importante durante a pandemia, continua a se consolidar como uma ferramenta estratégica no setor de saúde. Embora a utilização do modelo como opção de atendimento primário via teleconsultas tenha crescido 1% em comparação ao ano passado, chegando a 46%, o emprego da telemedicina para a divulgação de resultados de exames passou de 32% em 2023 para 70% em 2024. Por outro lado, a relevância da adoção dessa tecnologia ainda varia, com 50% das instituições considerando-a apenas moderadamente importante, enquanto 20% consideram extremamente importante e 18% muito importante.

Para Natália, o estudo é um indicativo de que os desafios futuros exigirão um esforço ainda maior para equilibrar custos e manter a excelência. “Adotar uma abordagem estratégica e utilizar as ferramentas certas permitirá que o setor continue a evoluir e a fornecer serviços de alta qualidade, ao mesmo tempo em que otimiza recursos, aumenta a eficiência operacional e eleva a segurança dos pacientes”, finaliza.





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