Nos últimos anos, os cuidados paliativos se destacaram como uma abordagem essencial no tratamento de doenças graves e evolutivas. Contrariamente à crença comum de que se restringem apenas aos estágios terminais, esses cuidados são fundamentais desde o diagnóstico até os estágios avançados da enfermidade. Nesse contexto, o Instituto do Coração (InCor), vinculado ao HCMFUSP, se sobressai não apenas por seus avanços médicos, mas também por sua abordagem humanizada e compassiva.
Segundo o Ministério da Saúde, os cuidados paliativos visam aliviar o sofrimento e promover a qualidade de vida tanto do paciente quanto da família. Para isso, são baseados em princípios fundamentais, como a afirmação da vida, a integração de aspectos psicológicos e espirituais no cuidado e o suporte contínuo aos familiares durante todo o processo de doença e luto.
No InCor, essa abordagem é aplicada de maneira integrada e abrangente. Uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, farmacêuticos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos e assistentes, colabora para oferecer o melhor cuidado possível aos pacientes e suas famílias.
O Dr. Daniel Del Santi, cardiologista e especialista em Cuidados Paliativos do Instituto, ressalta a importância dessa atenção especial: "Cuidamos dos pacientes e de seus familiares que enfrentam doenças graves, abordando não apenas os sintomas físicos, mas também as questões emocionais, sociais e espirituais que impactam sua qualidade de vida." Ele enfatiza que os cuidados paliativos não excluem o tratamento da doença; ao contrário, visam complementá-lo, alinhando a qualidade de vida do paciente aos seus valores individuais e reconhecendo a singularidade de cada pessoa.
A humanização no tratamento é um dos pilares essenciais dos cuidados paliativos no InCor. A equipe médica considera não apenas os aspectos físicos da enfermidade, mas também os emocionais, sociais e espirituais, garantindo que cada paciente seja tratado de forma única e respeitosa.
"Em um momento em que o foco muitas vezes está na cura da doença, os cuidados paliativos representam um avanço significativo na atenção à saúde, colocando o conforto e a qualidade de vida do paciente no centro do cuidado médico," avalia Dr. Daniel.
O InCor é reconhecido pela excelência no tratamento de doenças cardiopneumológicas e pelo compromisso com o bem-estar integral dos pacientes. Dentro desse compromisso, os cuidados paliativos desempenham um papel fundamental, conforme destaca o Prof. Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor do Instituto.
“No InCor, entendemos que o tratamento das doenças cardiovasculares não pode ser dissociado do cuidado humano e compassivo, que busca aliviar o sofrimento físico, emocional e espiritual dos pacientes e de suas famílias. Integramos os cuidados paliativos em nossa abordagem terapêutica, assegurando que cada paciente receba não apenas a melhor assistência médica, mas também o apoio necessário para enfrentar os desafios emocionais e sociais associados à sua condição de saúde. Acreditamos firmemente que o verdadeiro sucesso do tratamento não está apenas na cura da doença, mas também na promoção da qualidade de vida e no respeito à dignidade de cada indivíduo que passa por nossas portas,” reflete o Prof. Roberto Kalil.
O InCor também integra os cuidados paliativos em sua equipe pediátrica. A Dra. Paula Gaiolla, responsável pelo programa, enfatiza que os cuidados paliativos desempenham um papel vital na resposta do organismo da criança ao tratamento. “Nossa equipe se dedica a aliviar os sintomas físicos, psicológicos, sociais e espirituais dos pacientes e suas famílias, auxiliando-os a atravessar esse período da melhor maneira possível.”
Os cuidados paliativos são essenciais para garantir qualidade de vida a crianças e adolescentes com doenças crônicas. A abordagem no InCor se inicia desde o diagnóstico, com uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e outros profissionais de saúde. Esta equipe trabalha para criar um ambiente de apoio e conforto, promovendo não apenas a redução do sofrimento físico, mas também o bem-estar emocional e psicológico das crianças e de suas famílias.