Área da saúde investe em navegação digital para oncologia
23/09/2024

O modelo tradicional de navegação, desenvolvido nos anos 90 para apoiar o setor de oncologia, interligando diferentes equipes ao ponto focal de necessidade de cada paciente, ganhou, agora, o apoio da tecnologia na evolução de sua estrutura.

A navegação digital ganhou força durante a pandemia e continua crescendo de modo acelerado, visto que oferece novas perspectivas para a sustentabilidade econômica do setor, bem como uma robusta automatização de processos que impactam diretamente na redução de custos operacionais e aumento de produtividade.

Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que soluções digitais têm um impacto positivo de mais de 75% em cuidado coordenado, comunicação e segurança. A integração da saúde digital com a experiência do paciente está impulsionando o desenvolvimento de tecnologias e ferramentas que melhoram o tratamento oncológico, proporcionando mais conforto e qualidade de vida.
 

Com a navegação digital, é possível ampliar a capacidade de atendimento, permitindo que mais pacientes sejam assistidos de forma eficiente. A digitalização facilita a comunicação entre instituições, centraliza dados importantes e permite acesso rápido às informações dos pacientes, bem como garante que os tratamentos ocorram nos prazos programados.

Originalmente, a navegação manual ajudava pacientes a acessar pontos necessários no sistema de saúde, especialmente no tratamento do câncer, uma condição complexa. Este modelo já melhorava o acesso e a assistência, mas com o aumento dos casos de câncer, especialmente entre jovens, surgem novos desafios.

Segundo Ana Carolina Nascimento, Diretora de Saúde da healthtech Nilo, “a navegação digital responde ao aumento da demanda por serviços de saúde e oferece uma solução mais custo-efetiva. Com o mesmo orçamento, conseguimos cuidar de mais pessoas, pois a digitalização torna os processos mais econômicos e eficientes. Além disso, facilita a comunicação entre instituições, a centralização dos dados e a tomada de decisões.”

Ana também destaca a sustentabilidade econômica como um benefício-chave. “Ao reduzir os custos de navegação por paciente, é possível ampliar a cobertura com o mesmo orçamento. Esse fator é crucial para garantir a viabilidade de programas de cuidado em larga escala, especialmente em um cenário onde o número de casos de câncer continua a crescer”, afirma.
 

De acordo com Marcos Adriano Jota, Cirurgião Oncológico, Gestor do Cuidado em Oncologia e Diretor Nacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), “hoje, na Oncologia, um dos maiores desafios para alcançarmos os resultados clínicos desejados, seja no tratamento cirúrgico, quimioterápico, radioterápico ou até mesmo nos cuidados paliativos, é a ausência de uma jornada coordenada de cuidado”. Nesse sentido, a adoção de tecnologias digitais na navegação de pacientes oncológicos não só melhora a eficiência do sistema de saúde e expande o acesso, mas transforma a jornada do próprio paciente, uma vez que permite uma coordenação de cuidado mais efetiva, com fácil acesso a dados e informações relevantes, o que possibilita a personalização do cuidado.

“É inegável que os benefícios econômicos da navegação digital para a saúde, enquanto negócio, são essenciais para a sustentabilidade do setor. Contudo, jamais devemos deixar de olhar para quem realmente importa: o paciente. Ao coordenarmos o cuidado em Oncologia, por meio da navegação digital, entregamos o tratamento tanto corretamente personalizado para o paciente quanto em um tempo adequado, dentro de protocolos de cuidado previamente estabelecidos e integrados à plataforma digital, ofertando, inclusive, maior possibilidade possível de cura”, complementa o especialista.





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