É amanhã! Faltam menos de 24 horas para o HIS – Healthcare Innovation Show, o maior evento de tecnologia e inovação em saúde das Américas. O encontro será realizado no São Paulo Expo, nos dias 18 e 19 de setembro.
Para dar uma prévia do que está por vir, conversamos com Juliana Opípari, gerente executiva de Investimento Social e Sustentabilidade da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Ela participará do painel “5G e Interoperabilidade: como a BP está levando saúde para regiões menos acessíveis” no Palco Cuidado Digital e Humanizado.
“O HIS gera muitas oportunidades de conhecer tendências e soluções em diferentes segmentos da cadeia. Para nós da BP, que somos um hub de saúde e potencial parceiro de iniciativas inovadoras, o conteúdo é sempre muito enriquecedor. Participar do HIS também permite networking qualificado e mapear negócios e parcerias”, ressalta.
Além da carreira notável como executiva, Juliana é praticante de natação, mountain bike e beach tennis. Ela também se dedica ao estudo da saúde integral da mulher 50+ e atua como mentora de jovens em situação de vulnerabilidade, auxiliando-os na busca por formação profissional e acadêmica.
Em entrevista exclusiva ao Saúde Business, portal oficial de conteúdo do HIS, a palestrante antecipou detalhes de sua participação no evento e compartilhou suas percepções sobre o setor.
O Brasil, com suas dimensões continentais, enfrenta grandes desafios em garantir o acesso a cuidados de saúde de qualidade em regiões marginalizadas. A BP está na vanguarda de projetos filantrópicos que buscam reduzir essas barreiras e ampliar o atendimento a essas áreas.
“A integração de tecnologias avançadas na gestão da saúde pública e privada é fundamental para criar processos mais escaláveis. A telemedicina, por exemplo, ajuda a reduzir filas, diminuir o tempo de espera e promove a capacitação contínua dos profissionais, garantindo um atendimento de excelência, independentemente da localização”, explica Juliana Opípari.
Ela ainda destacou que a BP tem focado em iniciativas tecnológicas para chegar até essas regiões. “Entendemos que a tecnologia é uma importante aliada para aumentar o impacto social, promovendo uma saúde mais equitativa e inclusiva. Vamos contar na palestra sobre a nossa parceria com o Inova HC, o projeto Telenordeste, dentro do Proadi-SUS, entre outras iniciativas, e de que maneira estamos colaborando para vencer as barreiras geográficas e oferecer atendimento especializado de qualidade via telemedicina a populações vulneráveis", destacou.
Para que a medicina de ponta oferecida pela BP seja acessível em um país de dimensões como o Brasil, a tecnologia 5G é essencial para a transmissão e análise em tempo real de grandes volumes de dados e imagens.
Juliana Opípari explica que os projetos da instituição voltados à saúde, pesquisa, educação e inovação, alavancados pelo 5G, têm possibilitado avanços como teleinterconsultas, diagnósticos remotos e o encaminhamento eficiente de pacientes na rede de atendimento, especialmente em áreas remotas.
“Ao lado de parceiros, temos um projeto piloto no município de Miguel Alves, no Piauí, onde 70% da população vive em áreas rurais. Um dos objetivos deste projeto de pesquisa é apoiar o governo brasileiro na regulação de políticas públicas que contribuam para o avanço dos procedimentos à distância no Brasil, visando resultados como a diminuição de filas, aumento na resolutividade e maior satisfação dos pacientes com os atendimentos”, ressalta.
"A filantropia faz parte do nosso DNA e nos impulsiona desde a fundação", afirma Juliana. Ela destaca que a BP está presente em todos os 26 estados e no Distrito Federal por meio de projetos sociais que promovem assistência, gestão, educação e pesquisa nas esferas de atenção primária, secundária e terciária, sempre com foco em inovação e geração de evidências para a formulação de políticas públicas.
"Atualmente, nossos principais projetos de sustentabilidade e filantropia incluem a ampliação do teleatendimento em áreas com carência de serviços de saúde, o uso do 5G para telediagnósticos, a expansão de pilotos de interoperabilidade de dados com diferentes parceiros do ecossistema de saúde, além da internacionalização de iniciativas voltadas à redução de intercorrências cardíacas e à saúde da mulher, como o aprimoramento da linha de cuidado da endometriose", explica Juliana.
Esse trabalho, de alcance nacional, conta com um processo contínuo de monitoramento e avaliação. Além disso, a estratégia social da BP está alinhada aos objetivos de negócio, com foco nas áreas de Oncologia, Neurologia, Cardiologia e Saúde da Mulher. A instituição também colabora estreitamente com o governo em todas as esferas – municipal, estadual e federal – além de atuar em conjunto com a iniciativa privada e organizações sociais.
Não se pode discutir acesso à saúde e inovação sem abordar a interoperabilidade, um tema amplamente debatido no setor, mas que ainda engatinha na maioria das instituições.
Na BP, os prontuários médicos eletrônicos já são uma realidade há tempos, e a instituição tem parcerias bem-sucedidas com operadoras de saúde nessa área, o que fortalece projetos inovadores e permite uma colaboração eficaz com parceiros tanto no setor público quanto privado.
"Nas iniciativas voltadas ao SUS, usamos nossa expertise para enfrentar esse desafio em um país de dimensões continentais e com um sistema de saúde altamente capilarizado, que é um patrimônio dos brasileiros, mas ainda muito heterogêneo em termos de saúde digital", explica Juliana.
Ela destaca que todos os membros da cadeia de saúde podem ser agentes de transformação e que, embora o Brasil tenha evoluído em infraestrutura, padronização e planejamento, ainda há um longo caminho a percorrer antes de alcançar um avanço significativo na interoperabilidade nos próximos anos.
A executiva observa que, ano após ano, as discussões no setor da saúde parecem se repetir, frequentemente focadas mais em intenções do que em realizações concretas. Isso reflete a própria natureza do setor, marcado por sua complexidade e pelo tamanho do país, que abriga tanto uma medicina de ponta quanto regiões com vazios assistenciais.
"Diante desse cenário, espero no HIS 2024 contextualizar as ações da BP que têm gerado impacto social, inovação e aprendizado, além de destacar as oportunidades que enxergamos. Assim como nos inspiramos em iniciativas inovadoras de instituições de excelência no Brasil e no exterior, queremos compartilhar nossos exemplos para fortalecer esse movimento contínuo, com foco em resultados concretos", finaliza.