Oncologia impulsiona mudança no modelo de financiamento
14/09/2015

Paciente sempre em primeiro lugar. Essa foi a máxima da 4ª Edição do Fórum Empresarial Saúde em Foco, realizado pelo Grupo COI – Clínicas Oncológicas Integradas no hotel Windsor Atlântica (RJ) (8/09). Um dos pontos discutidos durante o evento foi a gestão dos recursos aplicados em saúde em diferentes países e, em muitos momentos, foi possível perceber deficiências comuns.

O vice-presidente da United Healthcare, Lee Newcomer, por exemplo, destacou que os Estados Unidos chegam a investir cerca de três trilhões de dólares por ano, o que, segundo ele, não significa necessariamente a completa eficiência dos serviços prestados ou impacto real no aumento da expectativa de vida da população. “Atualmente, metade da renda familiar americana é comprometida com a saúde e, em projeção para 2025, esse valor poderá alcançar até 100%, o que seria inviável”, afirmou Newcomer.

Salvo as devidas proporções, grande parte dos países precisam encontrar a equação de gastar menos e obter melhores resultados. Entretanto, segundo Newcomer, os americanos têm conseguido resultados expressivos na área da Oncologia, principalmente no acompanhamento de casos de sobrevida dos pacientes, com redução de custos dos tratamentos em até 34%, sem que isso reflita na qualidade.

Já no Reino Unido, o grande desafio é a governança das informações obtidas com os pacientes durante o tratamento. Segundo o presidente da Sociedade Internacional de Farmacoeconomia e Pesquisa de Desfechos (ISPOR), Adrian Towse, as pesquisas e os avanços clínicos ainda são prejudicados por falta de confiabilidade da população em compartilhar seus dados. “Essa ainda é uma questão a ser solucionada, o que proporcionaria diagnósticos mais ágeis, por exemplo”, disse o palestrante que é autoridade de Economia da Saúde do Reino Unido.

No Brasil, tanto investimento quanto os serviços realizados no sistema nacional de saúde ainda estão longe dos números alcançados pelos Estados Unidos e Reino Unido. Porém, para a diretora de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Martha Oliveira, o País tem grandes oportunidades para desenvolver um sistema suplementar eficiente e sustentável, iniciando pela mudança do atual modelo de financiamento. “A lógica de ‘quanto mais atende, mais se fatura’ deve ser mudada. É preciso criar uma cultura de avaliação dos desfechos e medir os resultados para qualificar o sistema de saúde”, ressaltou Martha, citando Chile e Alemanha como modelos de gestão eficaz. Segundo ela, a responsabilidade pela coleta de dados é de todos, sejam eles médicos, enfermeiros, terapeutas e outros profissionais responsáveis pela interação com pacientes. Além disso, esses dados devem ser padronizados e disponibilizados em redes para melhorar o gerenciamento dos recursos.

“As empresas precisam também assumir a responsabilidade de mudar. Em Oncologia, onde tudo se baseia em tecnologia, e por isso demanda altos e contínuos investimentos, não se pode pensar de outra forma. É preciso posicionar-se enquanto cidadão e entregar à sociedade”, afirma o presidente do Grupo COI, Nelson Teich, que é especialista em Economia da Saúde.





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