Faltam exatamente duas semanas para o principal evento de tecnologia e inovação na saúde da América Latina, o HIS - Healthcare Innovation Show. Entre os temas de destaque, a tecnologia e a interoperabilidade se sobressaem como ferramentas transformadoras na realidade do SUS e da saúde pública.
Para explorar esse tópico, o painel “Os avanços da interoperabilidade no SUS: Proadi com hospitais Sírio-Libanês e Israelita Albert Einstein” contará com a presença de Sabrina Dalbosco, Gerente de Projetos Sociais da Diretoria de Compromisso Social do Hospital Sírio-Libanês,
O Saúde Business, portal oficial do HIS, conversou com Sabrina para antecipar alguns dos temas que serão discutidos durante o evento e conhecer mais sobre projetos importantes para a saúde pública do nosso país, como o TeleNordeste.
Não se fala de outra coisa no setor da saúde, a interoperabilidade é a bola da vez. E embora ela se apresente como uma solução para diversos problemas no Brasil, ainda está longe de ser uma realidade absoluta, mas está avançando lentamente. No SUS, a situação é a mesma.
Sabrina destaca que a interoperabilidade no SUS tem avançado significativamente nos últimos anos, impulsionada pela expansão da Rede Nacional de Dados em Saúde, iniciativas como o IPS Brasil e parcerias estratégicas entre os setores público e privado. Um exemplo desse progresso é a carteira nacional de vacinação digital, que a população tem acesso pelo aplicativo Meu SUS Digital.
“Os principais desafios na implementação da interoperabilidade estão relacionados à governança da mudança. Isso inclui a gestão da mudança, com treinamento e formação para profissionais de saúde e de tecnologia”, afirmou.
O PROADI-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde), criado em 2009, nasceu com a missão de fortalecer e melhorar o SUS. Através de uma série de projetos, o programa busca capacitar profissionais de saúde, impulsionar pesquisas, avaliar e incorporar novas tecnologias, além de aprimorar a gestão e oferecer assistência especializada.
O programa é uma parceria entre o Ministério da Saúde e seis hospitais de excelência no Brasil: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Esses hospitais utilizam recursos próprios, que seriam destinados a tributos como PIS, COFINS e cota patronal do INSS, para financiar os projetos do PROADI-SUS.
Para Sabrina, o PROADI-SUS trouxe transformações significativas para a saúde pública no Brasil. “A colaboração com as áreas técnicas do Ministério da Saúde, do CONASS e do CONASEMS tem impulsionado o desenvolvimento e a transferência de inovações sociais e em saúde, elevando a qualidade do atendimento aos usuários do SUS e fortalecendo o trabalho das equipes e gestores de saúde”, destacou.
Ela acrescenta que, por meio da inovação social, foi possível criar estratégias focadas em atender as necessidades da sociedade, com uma visão ampliada para a sustentabilidade e a diversidade do nosso país.
Por meio do PROADI-SUS foi possível o desenvolvimento do projeto TeleNordeste, que tem como objetivo ampliar o acesso a cuidados especializados em regiões do Nordeste do Brasil, onde há uma menor disponibilidade de médicos por habitante.
O Hospital Sírio-Libanês está implementando essa iniciativa na Bahia e no Ceará, enfrentando como principal desafio a alta rotatividade de profissionais médicos na atenção primária e a integração da teleinterconsulta como parte do fluxo de trabalho.
Apesar disso, os impactos positivos são evidentes. “Temos observado impactos positivos significativos, como a redução de 90% nas consultas presenciais com especialistas. Isso tem melhorado a logística de deslocamento e proporcionado uma experiência mais próxima e conveniente para os pacientes, com o cuidado chegando mais perto de suas residências”, diz.
Além disso, a satisfação das equipes se mantém alta, com um NPS superior a 85, e o projeto tem contribuído para o letramento digital das equipes e para a redução das barreiras de acesso digital dos pacientes
Projetos como este mostram o quanto a tecnologia é fundamental para reduzir as barreiras do acesso a saúde para populações marginalizadas. “Em um país de dimensões continentais, com diferenças regionais que produzem vazios assistenciais e filas com anos de espera que agravam os desfechos em saúde, a telessaúde é fundamental para ampliar o acesso à saúde de qualidade e em tempo oportuno”, afirma.
Durante sua participação no HIS, Sabrina espera destacar a importância da interoperabilidade para o sistema de saúde, mostrando como ela pode melhorar a eficiência dos serviços e proporcionar uma melhor experiência ao paciente. “Pretendo compartilhar os desafios e sucessos de projetos como o IPS Brasil, para inspirar outras iniciativas semelhantes. Também quero enfatizar a importância de uma abordagem centrada no usuário, além de ressaltar o valor da multiprofissionalidade e da diversidade nas equipes”, completa.
“Participar do HIS será uma oportunidade de aprender sobre as tendências na saúde digital e se envolver em discussões que podem moldar o futuro da saúde no Brasil”, finaliza.
Não perca essa e outras conversas sobre interoperabilidade e inovação na saúde. Garanta já seu ingresso para o HIS!