A primeira temporada do mediacast Future of Digital Health chegou ao fim em 2023 deixando um gostinho de quero mais. Ao longo de 11 episódios, Guilherme Hummel, host e curador de conteúdo, conduziu conversas com lideranças e figuras influentes do setor de saúde, abordando tendências, inovações, gestão e o futuro da saúde.
Com isso em mente, três episódios bônus do podcast foram lançados.
O primeiro episódio traz o Alexandre Chiavegatto Filho, Professor Livre-Docente do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP, discutindo a relação da IA generativa com os pacientes. O segundo episódio apresenta Luís Fernando Vieira Joaquim, Sócio-líder da indústria de Life Sciences & Healthcare da Deloitte no Brasil e professor visitante nos programas de MBA e Pós-MBA da Fundação Dom Cabral e do Ensino Einstein, abordando o tema de sensores e biosensores médicos. Por fim, Rafaela Guerra, médica e diretora de tecnologia da United Health Group, fala sobre autocuidado.
No primeiro episódio extra, o host do programa conversou com o Alexandre Chiavegatto Filho, que lidera projetos que utilizam IA para aprimorar o atendimento e os resultados de saúde, sobre o papel crescente das inteligências artificiais generativas na relação com os pacientes.
Em um mundo onde a precisão e a segurança dos dados são essenciais, Alexandre aborda como essa tecnologia pode ser implementada na saúde de maneira eficaz. Ele também fala sobre as medidas necessárias para garantir que seu uso seja seguro e responsável, refletindo sobre como essa revolução digital está transformando não apenas a medicina, mas a sociedade como um todo.
O convidado destacou que a indústria farmacêutica é uma das áreas que mais utiliza IA, especialmente no desenvolvimento de novos medicamentos. “Hoje em dia, já temos ensaios clínicos randomizados com medicamentos desenvolvidos a partir de algoritmos de inteligência artificial. Esses algoritmos analisam a literatura completa da área, revisando milhões de tabelas disponíveis, e identificam efeitos consistentes em moléculas que nunca foram testadas para determinados fins. A indústria farmacêutica está fazendo amplo uso dessa tecnologia", afirma o Alexandre.
Quer saber mais sobre o uso da IA na medicina? Assista ao episódio completo!
Luís Fernando Vieira Joaquim foi o convidado do segundo episódio extra. O tema central da conversa foi a rápida evolução da sensorização nos últimos anos, uma tendência que tem transformado o cenário da saúde em nível global.
Durante o episódio, convidado e host conversaram sobre como essa tecnologia pode ser utilizada de forma eficaz para o monitoramento preventivo em saúde. Luís Fernando compartilhou insights sobre as melhores práticas para integrar sensores no cuidado com o paciente, destacando a importância de uma abordagem proativa na detecção precoce de condições de saúde.
Quando questionado sobre como ele imagina a saúde daqui a 10 anos, o professor respondeu: “Se eu pudesse projetar o futuro, acredito que veremos um fortalecimento significativo dos ecossistemas no setor privado, com associações e coligações entre grandes instituições. A fragmentação atual não oferece a escala necessária, e isso é algo que já observamos e que deve se intensificar. Assim, grandes organizações tenderão a se unir em clusters. No entanto, não vejo uma interoperabilidade total no horizonte imediato, a menos que haja intervenções regulatórias robustas agora. Enxergo, em vez disso, silos cada vez mais amplos de interoperabilidade. Além disso, acredito que a questão central será a promoção da saúde, com investimentos cada vez mais focados na base da educação.”
Com o avanço contínuo da sensorização, o potencial para melhorar a qualidade de vida e reduzir custos no sistema de saúde é imenso. Uma adoção estratégica dessa tecnologia, de acordo com o convidado, pode revolucionar o monitoramento de pacientes, proporcionando intervenções mais rápidas e eficazes. Assista ao episódio na íntegra!
No terceiro extra, Hummel recebeu Rafaela Guerra. Eles discutiram como o crescimento contínuo da população tem superado a capacidade dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados. Nesse cenário, o autocuidado emergiu como uma questão fundamental, ganhando destaque como uma estratégia para aliviar a pressão sobre os recursos de saúde disponíveis.
A conversa explorou como práticas de autocuidado podem ser fundamentais para gerenciar a demanda crescente e promover um sistema de saúde mais equilibrado e sustentável.
Rafaela Guerra destacou que as práticas de autocuidado não apenas melhoram a saúde individual, mas também desempenham um papel importantíssimo na construção de um sistema de saúde mais sustentável. “O modelo de saúde que temos hoje é insustentável a longo prazo. A única forma de reverter essa situação é fortalecer o elo mais fraco dessa cadeia, que é o paciente. Paradoxalmente, a saúde só consegue entregar melhores resultados em termos de custo por meio da prevenção, uma área que atualmente não é monetizável nem recompensada adequadamente para quem a executa”, afirma. Assista ao último episódio